Autor(es):
Melo, Fernando Jorge Ferreira; Interno Complementar de Cirurgia Geral
Serviço de Cirurgia B, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
; Lopes, Liliana; Interno Complementar de Cirurgia Geral
Serviço de Cirurgia B, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
; Oliva, André; Interno Complementar de Cirurgia Geral
Serviço de Cirurgia B, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
; Bernardes, António; Professor da Faculdade de Medicina
Universidade de Coimbra
Assistente Graduado de Cirurgia Geral
Serviço de Cirurgia B
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
; Oliveira, Fernando José; Professor da Faculdade de Medicina
Universidade de Coimbra.
Director do Serviço de Cirurgia B
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Data: 2014
Origem: Revista Portuguesa de Cirurgia
Assunto(s): Diverticulite Aguda; Tomografia Computorizada; Ecografia
Descrição
Introdução: A diverticulite aguda afecta entre 10 a 25% dos portadores de diverticulose cólica. A Tomografia Computorizada é o exame gold standard para o diagnóstico e caracterização desta patologia ainda que a Ecografia Abdominal seja referida como alternativa igualmente válida (baixo custo, fácil acessibilidade e ausência de radiações).Objectivo: Avaliar o valor da Ecografia Abdominal no diagnóstico da diverticulite aguda. Material e métodos: Estudaram-se retrospectivamente 146 doentes (84 do sexo masculino, 62 do sexo feminino, com uma média de 58,7 anos de idade) internados por suspeita de diverticulite aguda entre Janeiro 2007 e Dezembro 2010. O diagnóstico baseou-se em dados clínicos, analíticos e imagiológicos. A confirmação diagnóstica obteve-se por Tomografia Computorizada e Colonoscopia.Resultados: Confirmou-se diverticulite aguda em 123 doentes, dos quais 26 foram diverticulites agudas complicadas. A Ecografia Abdominal apresentou alterações sugestivas de diverticulite aguda em 100 doentes, contudo apenas detectou alterações em 88 dos 123 doentes com diverticulite aguda confirmada (sensibilidade 71,5%). Dos 23 doentes em que não se confirmou o diagnóstico, a Ecografia mostrou alterações sugestivas em 12 (especificidade 47,8%). Apresentou valor preditivo positivo de 88,0% e valor preditivo negativo de 23,9%. Relativamente à diverticulite aguda complicada, a Ecografia apresentou uma sensibilidade de 34,6% e uma especificidade de 100% (sem falsos positivos).Discussão/Conclusões: Na presença de alterações ecográficassugestivas de diverticulite aguda, a probabilidade de doença é moderada (sensibilidade 71,5%), o que faz deste exame uma escolha a considerar na abordagem imagiológica inicial da dor abdominal aguda suspeita de diverticulite aguda. No entanto, a sua fraca especificidade e valor preditivo negativo limitam a sua aplicação no diagnóstico e caracterização da diverticulite aguda, especialmente na sua forma complicada.