Author(s):
Pedrosa, Maria Arminda
; Leite, Laurinda
Date: 2005
Persistent ID: http://hdl.handle.net/1822/9851
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Description
Às Metas de Desenvolvimento do Millennium (MDM), que reflectem as aspirações partilhadas e negociadas a nível global, estão associados diversos indicadores de que se destaca o indicador de desenvolvimento humano (IDH). Não pretendendo evidenciar uma imagem completa de estados de desenvolvimento humano, o IDH configura-se como um barómetro que, facultando medidas de variações de bem-estar humano e não se limitando a ponderar rendimentos, permite comparar progressos em diferentes países e regiões do mundo. É um indicador composto que pondera três dimensões: “rendimento, educação e saúde” (UNDP, 2005, p.21). O último relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revela enormes assimetrias e diferenças insustentáveis no acesso à educação, com cerca de 115 milhões de crianças sem acesso à mais elementar educação básica (UNDP, 2005). A maioria dessas crianças habita no sul da Ásia e na África, em países a sul do deserto do Sahara. O mesmo relatório revela, igualmente, que a duração média da frequência escolar aponta para o aumento do fosso entre países ricos e pobres (embora as diferenças no ensino básico elementar tendam a diminuir), como evidenciam as expectativas médias de escolarização de crianças nascidas actualmente num país africano (Moçambique) versus num europeu (França), respectivamente 4 e 15 anos (UNDP, 2005). Assim, a educação superior está ainda longe de constituir um direito, continuando antes a configurar-se como um privilégio de quem pode custeá-la, ou seja, maioritariamente um privilégio de cidadãos de países ricos. Como salientam as próprias Nações Unidas, “Estas desigualdades educativas de hoje são as desigualdades sociais e económicas globais de amanhã” (UNDP, 2005, p.24).