Author(s):
Ramos, Marco António Ferreira
Date: 2008
Persistent ID: http://hdl.handle.net/1822/8895
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Description
Dissertação de Mestrado em Psicologia - Área de Especialização em Psicologia Clínica A relação terapêutica é um elemento essencial da psicoterapia, e um
dos mais consensuais ingredientes comuns às diferentes abordagens
terapêuticas. A investigação empírica tem demonstrado sistematicamente uma
associação positiva entre a relação terapêutica e os resultados da terapia,
sugerindo que na prática clínica os psicoterapeutas invistam na formação e
manutenção de boas alianças com os clientes.
Embora não exista uma definição universalmente aceite da relação
terapêutica, o modelo pan-teórico de Bordin (1979) é aquele que tem gerado
maior consenso. Este autor designa a relação entre o terapeuta e o cliente
como aliança terapêutica, e define-a como uma relação de colaboração mútua,
marcada por concordâncias entre ambos e constituída por três dimensões:
vínculos, objectivos e tarefas. Foi com base neste modelo que Horvath e
Greenberg (1989) desenvolveram o Working Alliance Inventory (WAI), um dos
instrumentos de avaliação da qualidade da aliança terapêutica mais utilizados
na investigação. Recentemente, Hatcher e Gillaspy (2006), ao reproduzir
análises factoriais com padrões metodológicos mais controlados, propuseram
uma versão revista do formato reduzido do inventário (Working Alliance
Inventory – Short Revised; WAI-SR).
No presente estudo, examinamos as propriedades psicométricas do
WAI-SR numa amostra portuguesa (N=195), com o objectivo de analisar a
estrutura factorial do mesmo e de disponibilizar esta nova versão para a
investigação em Portugal. Os dados relativos à sensibilidade dos itens, à
estrutura factorial e à consistência interna oferecem segurança quanto à
qualidade psicométrica do instrumento, o que avaliza a sua utilização em
estudos empíricos nacionais. Relativamente à estrutura factorial, e ao contrário
do esperado, os resultados revelaram duas dimensões, uma relativa aos
vínculos, e outra às tarefas e objectivos. Este dado acrescenta um argumento a
favor da discussão da estrutura factorial do instrumento e, por analogia, das
dimensões do conceito de aliança terapêutica. The therapeutic relationship is an essential element of psychotherapy,
and one of the most consensual common ingredients to different therapeutic
approaches. Empirical research has systematically shown a positive association
between therapeutic relation and therapy outcomes, suggesting that
psychotherapists in clinical practice should invest in the formation and
maintenance of good alliances with their clients.
Although there is no universally accepted definition of the therapeutic
relationship, the pan-theoretical model proposed by Bordin (1979) is the one
that has grasped broader consensus. He defines the therapist-client relationship
as a working alliance, and conceptualizes it as a mutual collaboration,
characterized by agreements between both partners across three dimensions:
bonds, tasks, and goals. Based on this model, Horvath and Greenberg (1989)
developed the Working Alliance Inventory, one of the most used instruments in
research. Recently, Hatcher and Gillaspy (2006), by reproducing factor analysis
according to more controlled methodological standards, proposed a revised
short form of the inventory (Working Alliance Inventory – Short Revised; WAISR).
In this study, we examine the WAI-SR psychometric properties on a
Portuguese sample (N=195), with the aims of analysing its factor structure and
to make available this new version for research in Portugal. The data on item
sensitivity, factor structure, and internal consistency offers adequate reliability
about its psychometric quality, thus assuring its use in national empirical
studies. The results about the factorial structure, in contrast with our
expectations, bared two dimensions, one relative to bonds, and the other
relative to tasks and goals. This fact comes in line with the discussion about the
instrument’s factor structure, and, by analogy, about the dimensionality of the
working alliance concept.