Autor(es):
Veríssimo, Maria Helena Oliveira Ângelo
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/28672
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Descrição
Tese de doutoramento em Ciências da Educação (área de especialização em Educação em História e Ciências Sociais) Dada a sua complexidade, o conceito de evidência histórica integra, ainda de forma emergente,
o léxico do ensino da História, em Portugal. Embora a utilização das fontes esteja contemplada como
uma das competências a desenvolver ao nível dos programas da disciplina de História do ensino
secundário, e seja um dos critérios fundamentais na conceção e avaliação das provas de exame
nacionais, observa-se ainda um nível de interpretação das fontes por parte dos alunos do ensino
secundário, centrado sobretudo na reprodução de mensagens.
Este estudo, de natureza descritiva, e partindo de uma abordagem qualitativa, pretendeu
perceber, através da utilização de entrevistas e questionários, como é que as ideias dos alunos do 12º
ano acerca da evidência histórica se podem refletir nos resultados dos exames de História do 12º ano.
Os dados, analisados de acordo com a Grounded Theory, permitiram a construção de um
quadro concetual a partir do qual se construíram categorias em duas dimensões de análise – uma
relativa ao uso das fontes e a outra respeitante à visão do passado. A partir do cruzamento das
categorias decorrentes destas duas dimensões, construíram-se perfis de alunos, que poderão corresponder a níveis de desempenho dos alunos, numa situação de avaliação sumativa, em torno das
questões da evidência histórica.
O tratamento dos dados revelou uma associação tendencial entre a utilização que os alunos
fazem das fontes e a visão que apresentam acerca do passado, o que demonstra a importância de um
apropriado uso das fontes para a formação de uma consciência histórica avançada. A análise sugere
também que algumas das debilidades verificadas nos resultados obtidos pelos alunos nos exames
nacionais se relacionam com a forma como a História é ensinada, pelo que se sugerem metodologias
de ensino da História tendentes a desenvolver, nos alunos, uma consciência histórica que lhes permita
lidar com o mundo global e de informação plural em que vivemos. Given the complexity of the concept of historical evidence, this idea is still scarcely emerging in
the lexicon of history education, in Portugal. Although the use of sources is one of the competences
enunciated in the secondary history curricula, and one of the main criteria for the conception and
assessment in the national examinations, there is still observed a low level of source interpretation in
secondary student’s achievement.
This descriptive and qualitative study tried to understand, trough interviews and questionnaires,
how ideas of 12th grade students about historical evidence might be reflected in national examinations
results.
The analysis of data according to the Grounded Theory method allowed the construction of a
conceptual framework on the basis of which a set of categories were constructed within two dimensions
– one related to the use of sources, and another one concerning the vision of the past. From a cross
categorization in these two dimensions, conceptual profiles integrating different levels were built, as a
proposal to inspire students assessment levels on evidence. Data analysis revealed that the use that students make of the sources is often related to the
vision of the past they present. This suggests the importance of an appropriate use of sources to the
construction of a consistent historical consciousness.
The results of the study show that some of the fragilities found in students results in national
examinations might be related to the way history is being taught. New teaching approaches are
suggested, in order to develop in students a kind of historical consciousness useful to deal with the
global world and the plural messages of today.