Autor(es):
Silva, Paula Adriana Ferreri de Gusmão e
Data: 2014
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/27981
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Caminho de ferro; Companhia real; Práticas contabilísticas; Relato financeiro; Railroads; Royal company; Accounting practices; Financial reporting
Descrição
Dissertação de mestrado em Contabilidade Este trabalho tem como objetivo principal analisar a documentação da Companhia
Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, de modo a evidenciar as suas práticas
contabilísticas e de relato financeiro, no período compreendido entre 1860, ano da sua
criação, e 1910, ano em ocorre a primeira mudança de nome da Companhia.
Baseado em fontes de arquivo, este estudo adota a teoria institucional como quadro
teórico, tendo como pressuposto o facto de as práticas contabilísticas e de relato financeiro
serem influenciadas por pressões provenientes da regulação estatal e da relação com
outras entidades (DiMaggio e Powell, 1983) e que estas práticas e outros procedimentos
são entendidas pelos atores organizacionais como as “melhores práticas” e que são
propagadas pelas diferentes organizações como de uma “moda” se tratasse.
A Companhia Real desenvolvia neste período, simultaneamente, a atividade de
construção das linhas ferroviárias e a atividade de exploração das mesmas. Assim, a
organização e escrituração da contabilidade tinha por base planos de contas específicos
para cada uma das atividades.
Os relatórios de contas do Conselho de Administração forneciam informações
detalhadas sobre a evolução e desempenho da atividade da empresa e incluíam
documentos contabilísticos, como a Conta de Estabelecimento que evidenciava a
atividade de construção, a Conta de Exploração que evidenciava a prestação de serviços
de transporte e a Situação Geral das Contas e Balanço que integrava as duas
demonstrações anteriores e evidenciava a situação do Ativo e do Passivo.
A análise da documentação da Companhia Real permitiu verificar a existência de
um sistema de controlo e de contabilização devidamente organizado, detalhado e
sistematizado. O modelo de relatório de contas adotado pela Companhia Real é justificado
à luz da teoria institucional pelo facto de que as empresas de um mesmo setor de atividade
adotam procedimentos e práticas similares, como resultado de pressões isomórficas
coercivas e miméticas. This work aims to analyze the documentation of the Portuguese Railways Royal
Company, in order to emphasize its accounting and financial reporting practices between
1860, the year of its creation and 1910, year of the first change of name of the Company.
Based on archival sources, this study adopts institutional theory as theoretical
framework and is based on the assumption that accounting and financial reporting
practices are influenced by pressure from state regulation and the relationship with other
organizations (DiMaggio and Powell, 1983) and that these practices and other procedures
are understood by organizational actors as “best practices” and are propagated by various
organizations as a “fashion”.
The Royal Company developed in this period, the activity of construction of
railway lines as well the activity of operating them, so the organization of accounting and
bookkeeping was based on specific account plans to each activity.
The statement of accounts of the Board provided detailed information on the
progress and performance of business activity and included accounting documents such as
Account Establishment that showed construction activity, the Operating Account that
evidenced the provision of transport services and the General Situation of Accounts and
Balance that integrated the two previous statements and showed the Assets and Liabilities
situation.
The analyses of the archival sources of the Royal Company allowed verifying the
existence of a well-organized and systematized control and accounting system. The
financial report model adopted by the Royal Company can be justified at the light of
institutional theory by the fact that organizations of the same sector of activity adopt
similar procedures and practices, as a result of coercive and mimetic isomorphic
pressures.