Autor(es):
Castro, Bruno Daniel Sequeira Almeida
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/25710
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Diagrama; Panóptico; Foucault; Deleuze; Eisenman; Diagram; Panopticon
Descrição
Dissertação de mestrado integrado em Arquitectura O projecto de investigação que se segue representa uma reflexão sobre
as capacidades do diagrama enquanto mecanismo de confronto, no
qual traços, forças, relações e conceitos confluem para originar novas
configurações arquitectónicas. Partindo da análise de algumas obras do
pensamento filosófico do séc.XX (as quais servem de base à construção
do discurso contemporâneo sobre o diagrama), encontrámos no diagrama
um mecanismo capaz de desenvolver análises sobre as condições
que formam e informam a arquitectura, assim como um mecanismo de
carácter operatório no qual diferentes dados se podem defrontar, permitindo
à arquitectura a descoberta de novas figurações diversas vezes
reprimidas na forma.
Com o panóptico de Jeremy Bentham como ponto de partida, descobrimos
de que modo as suas filosofias utilitaristas culminam num edifício
que condensa em si as ideias de enclausuramento, limpeza e correcção.
Por conseguinte, a sua utilização, mas principalmente as consequências
do seu uso, permitiram a Michel Foucault demarcá-lo como representação
de um diagrama disciplinar. O panóptico como um mecanismo
diagramático (panoptismo) que podia ser aplicado nas mais variadas engrenagens
que pretendessem obter as consequências da sua utilização.
De Gilles Deleuze e Félix Guattari encontrámos o diagrama, a máquinaabstracta,
como mecanismo que conjuga os traços mais desterritorializados
dos sistemas semióticos e destes despoleta novas assemblages
(de conteúdo e de expressão). Com Deleuze descobrimos igualmente o
diagrama operativo de Francis Bacon. Este permitiu ao pintor introduzir o
caos nos dados figurativos iniciais apresentados na tela e, deste encontro
forçado, encontrar uma nova figuração: a sua Figura.
Com Eisenman, encontrámos no diagrama o instrumento que auxilia o arquitecto
a ultrapassar os axiomas e cristalizações encontrados na forma.
Através do diagrama, Eisenman colocou em questão o papel do autor, da
perspectiva, da visão, a condição já motivada dos signos da arquitectura,
e confrontou-os com a realidade física da construção. The following investigation project reflects about the capacities of the diagram
as a mechanism of confrontation, in which traces, forces, relations
and concepts converge to create new architectonical configurations. Starting
from the analyses of philosophic work of the 20th century (which is
the base of the diagram’s contemporary discourse), we have found in the
diagram a mechanism able to criticize the condition that form and inform
architecture, as well as a mechanism with operational character where
data may be confronted, enabling architecture to discover new figurations
sometimes repressed in form.
Having Jeremy’s Bentham panopticon as a starting point, we have found
in which way his utilitarian philosophies culminate in a building which condenses
the ideas of enclosure, cleaning and correction. Consequently, its
usage, but mostly the consequences of its use, allowed Michel Foucault
to note it as a representation of a disciplinary diagram. The panopticon
as a diagramatic mechanism (panoptism) that could be applied in a wide
range of gears that wanted to obtain the consequences of its utilization.
From Gilles Deleuze and Félix Guattari he have found the diagram, the abstract-
machine, as a mechanism that combines the most deterritorialized
traces detached from semiotic systems and triggers new assemblages
(of content and expression). With Deleuze we have also found the operative
diagram of Francis Bacon. It allowed the painter to insert caos in the
figurative data presented on canvas and, from this forced encounter, find
a new figuration: its Figure.
With Eisenman, we have found the diagram that helps the architect to
overcome the axioms and crystallizations found in form. Through the diagram,
Eisenman asked what was the role of architect, of perspective, of
vision, of the already motivated condition of signs in architecture, and
confronted them with the physical reality of construction.