Autor(es):
Guimarães, Cármen
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/24300
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Descrição
Dissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização em Psicologia da Saúde) A definição de Saúde como bem-estar físico, mental e social (OMS, 1948) é apoiada pelo
modelo biopsicossocial (Engel, 1977), que postula que os estados de saúde e doença são influenciados
por processos biológicos, psicológicos e sociais. Com efeito, este modelo aponta para o facto de que
algumas variáveis psicológicas e sociais aumentam a vulnerabilidade a doenças físicas, enquanto
outras aumentam a resistência a doenças. Uma revisão da literatura mostra que, nos últimos anos, temse
acumulado evidências que sustentam este princípio, uma vez que vários estudos concluem que
alguns acontecimentos negativos (e.g., vivência de acontecimentos stressantes ou ser cuidador de
doentes crónicos) conduzem a um pior estado de saúde, enquanto a presença de dimensões positivas
(e.g., apoio social ou construção de significados) protege a saúde.
Embora vários estudos se tenham debruçado sobre as crenças dos pacientes relativamente às
variáveis que afetam a sua saúde/ doença, há muito poucos estudos sobre as crenças dos profissionais
de saúde relativamente a este domínio. Acima de tudo, não foi encontrado nenhum instrumento sobre
crenças de profissionais de saúde, quer na literatura internacional, quer na nacional.
Por esta razão, estabeleceu-se como objetivo do presente estudo, construir um instrumento de
avaliação das crenças dos profissionais de saúde face a determinantes de saúde.
Participaram no estudo 166 médicos e enfermeiros de ambos os sexos, com idades
compreendidas entre os 22 e os 67 anos.
Com base na literatura foram criados itens que correspondem às várias dimensões não “físicas”
que podem influenciar a saúde. Depois das análises preliminares e da análise psicométrica obteve-se
uma escala com 22 itens, que apresenta boa sensibilidade, fidelidade e validade. A análise fatorial
exploratória permitiu extrair 3 componentes que explicam um total de 50,66% de variância e que
correspondem a três subescalas: “Efeitos dos Acontecimentos de Vida”; “Dependência da doença face
a fatores sociais e psicológicas”; “Efeitos das Dimensões Psicológicas”.
Os resultados permitem-nos concluir que os participantes do estudo acreditam, em média, na
influência dos acontecimentos de vida e das dimensões psicológicas na doença, assim como creem que
esta é dependente de fatores sociais e psicológicos. The definition of health as physical, mental and social well-being (WHO, 1948) is supported by
the biopsychosocial model (Engel, 1977), which posits that health and disease states are influenced by
biological, psychological and social factors. Indeed, this model points to the fact that social and
psychological variables increase vulnerability to physical illnesses, while others increase disease
resistance. A review of the literature shows that, in recent years, evidence supporting this principle
have been gathered, since several studies have concluded that some negative events (e.g., facing
stressful events or being a caregiver of a chronically ill patient) lead to a worse health status, while the
presence of positive dimensions (e.g., social support or construction of meaning) protects health.
Although several studies have investigated patients’ beliefs regarding variables that affect their
health / disease, there are very few studies concerning healthcare professionals’ beliefs regarding to
such matters. Above all, we found no instrument concerning healthcare professionals’ beliefs, both in
international literature, as in national literature.
For this reason, we established as the main goal for the current study to build an instrument to
assess healthcare professionals’ beliefs regarding determinants of health.
A sample of 166 doctors and nurses of both sexes, aged between 22 and 67 years took part of
this study.
Based on a literature analysis were created items that correspond to several nonphysical
dimensions which may have an influence on health. After the preliminary analyzes and psychometric
analysis, a 22 items scale was obtained which shows good sensitivity, reliability and validity.
Exploratory Factor analysis allowed us to extract three components that explain a total of 50.66% of
the variance and that match three subscales: "Effects of Life Events", "Dependence of the disease
regarding social and psychological factors”, "Effects of Psychological Dimensions".
The results allow us to conclude that the study participants believe, on average, that life events
and psychological dimensions can influence disease, and consider that disease is dependent on social
and psychological factors.