Autor(es):
Schouten, Maria Johanna
; Araújo, Emília Rodrigues
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/22817
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Tempo livre; Género; Família; Lazer; Desigualdade; Free time; Gender; Family; Leisure; Inequality
Descrição
O artigo versa sobre as desigualdades de género nos usos do tempo livre. Analisam-se os dados de um estudo realizado em Portugal. Esta comunicação incide sobre os resultados de uma pesquisa realizada nos distritos de Castelo Branco e Braga através de inquérito por questionário, grupos de foco e entrevistas
semidiretivas. Na dita investigação, a relação entre o género e o uso do tempo é um dos
temas fulcrais. Tal como afirmam vários autores, o tempo livre designa o tempo não
dedicado a responsabilidades e atividades consideradas necessárias, tais como o trabalho
remunerado, o trabalho doméstico, os cuidados de outros e os cuidados pessoais. Distingue-se
do tempo de lazer, que tende a agregar atividades com elevado índice de prazer e
realizadas durante o tempo livre. Neste texto, reflete-se sobre o modo como o tempo livre em
família é diferenciado entre homens e mulheres e sobre a forma como essa gendrificação se
manifesta e é narrada pelos envolvidos. Pretende-se mostrar que os usos do tempo livre em
família evidenciam desigualdades, cuja análise se reveste de enorme relevância no contexto
do debate sobre as políticas para a igualdade de género no trabalho e na vida privada.
Apresentam-se, neste contexto, diversas abordagens situadas na sociologia da família e do
género, e refere-se, igualmente, a importância das classes sociais nos usos do tempo livre. This paper is based on the results of a research project carried out among families in the
districts of Castelo Branco and Braga, which involved the application of a survey, focus
group sessions and semi-directive interviews. The relation between gender and time
allocation was one of the major areas of analysis.
In this text, attention is directed to free time and leisure in the family context. Several
authors state that free time is the time not devoted to responsibilities and activities which are
considered necessary, such as paid work, household chores, caring for others and personal
care. Taking this line of reasoning, free time (or discretionary time) is more comprehensive
than leisure, which indicates enjoyable activities performed in the period of free time. The
present text discusses gendered access to and use of free time and the way this is narrated by
the people concerned. The research findings suggest considerable inequalities according to
gender in the amount of free time and the ways of using it. Hence, the high relevance of an
analysis of these inequalities to the debate about the policies for gender equality in the
professional and private domains becomes apparent. Moreover, this paper, which is basically
in the fields of sociology of gender and sociology of the family, provides some indications of
the relationship between social class and the use of leisure (or free) time.