Autor(es):
Freitas, João Gil Gonçalves da Silva Mendes de
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/21353
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Descrição
Dissertação de mestrado em Estudos Europeus O fim da Guerra Fria deu origem a uma nova era nas Relações Internacionais, que tornou
possíveis os avanços de um processo de integração europeia em torno de valores comuns,
consolidado com o grande alargamento de 2004. A Rússia, herdeira do estatuto internacional da
antiga URSS, viu-se a braços com a necessidade de restaurar o poder e o prestígio internacional
perdidos. O aumento do poder relativo de Bruxelas e de Moscovo acarretou consequências para
a “vizinhança comum” (Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Arménia e Azerbaijão). Esta
dissertação tem dois objetivos primordiais. O primeiro é o de analisar as ofertas de política
externa da UE e da Rússia perante o mesmo espaço geográfico, identificar as suas principais
diferenças e aferir o respetivo grau de sucesso. O segundo é o de aferir a dimensão das
dinâmicas de desalinhamento face à tradicional influência de Moscovo nesta região, e qual o
papel da UE nesse fenómeno. O trabalho enfatiza a perspetiva da UE, à luz da Política Europeia
de Vizinhança (PEV), criada em 2004. Argumentamos que esta política tem-se revelado – tanto
por via de várias inconsistências a ela inerentes, como da perspetiva dos estados-alvo da mesma
– um incentivo insuficiente. A Ucrânia foi escolhida como estudo de caso. Argumentamos que a
sua política externa, de pendor multi-vetorial, obstaculiza a afirmação dos objetivos de política
externa de Bruxelas e de Moscovo, e explica parcialmente o desalinhamento de Kiev face a
Moscovo. The end of the Cold War gave rise to a new era in International Relations, which made possible
the development of a European integration process around common values, consolidated with
the great enlargement of 2004. Russia, heir of the international status of the former USSR, faced
itself with the need of restoring its power and international prestige. The increasing relative power
of Brussels and Moscow led to consequences for the “common neighbourhood” (Belarus,
Ukraine, Georgia, Armenia and Azerbaijan). This dissertation has two main objectives. The first is
to analyze EU and Russia foreign policy offers before the same geographical area, to identifiy its
key differences and to assess the respective degree of success. The second is to assess the
extension of the misalignement dynamics towards the traditional influence of Moscow in this
region, as well as the EU’s role in this phenomenon. This work emphasizes the EU’s perspective,
in light of the European Neighbourhood Policy (ENP), created in 2004. We argue that this policy
has proved – due either to several inconsistencies inherent to it, and to the perspective of several
target states – to be an insufficient incentive. Ukraine was chosen as a case study. We argue that
Ukraine’s foreign policy, characterized by its multivectoriality, obstructs the assertion of the
foreign policy objectives of both Brussels and Moscow, and partly explains the misalignement of
Kiev against Moscow.