Author(s):
Oliveira, Jonas
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/1822/19718
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Description
Tese de doutoramento em Contabilidade A presente tese explora as práticas e as motivações do relato financeiro do risco [RFR].
O seu principal objectivo é contribuir para o conhecimento das práticas do RFR em
Portugal. Nela desenvolvem-se enquadramentos teóricos para explicar o RFR das
empresas não financeiras (teoria da agência, teoria da legitimidade e a resources-based
perspectives) e o RFR das empresas financeiras (teoria da legitimidade e a resourcesbased
perspectives). De acordo com estes enquadramentos teóricos, o RFR pode ser
explicado pelas características do governo das sociedades, pela reputação da empresa e
pela sua visibilidade pública.
Este trabalho investiga as práticas do RFR nos relatórios e contas anuais de 81
empresas Portuguesas não financeiras cotadas e não cotadas e nos relatórios e contas
anuais de 190 instituições de crédito Portuguesas. Através de uma análise de conteúdo
da totalidade dos relatórios e contas anuais o RFR das empresas não financeiras foi
classificado nas seguintes categorias: riscos financeiros; riscos não financeiros; e
estrutura de gestão de riscos. O RFR das empresas financeiras foi classificado nas
seguintes categorias: políticas e objectivos de gestão de risco; riscos de crédito; riscos
de mercado; riscos de liquidez; riscos operacionais; e estrutura e adequabilidade de
capital.
Os principais resultados indicam que o RFR não satisfaz as necessidades de
informação dos investidores. O RFR é essencialmente qualitativo, histórico, genérico e
vago. No sector financeiro, o RFR não é totalmente transparente. A falta de
comparabilidade e compreensibilidade são as deficiências mais comuns, mesmo após a
adopção da IFRS 7 (Instrumentos Financeiros: Divulgações). Estas deficiências
enfraquecem a disciplina de mercado e são indicativas da necessidade de melhores
mecanismos de enforcement.
Esta tese também fornece uma extensa revisão da literatura compreendendo os
estudos sobre o RFR desenvolvidos na década de 2000 (antes dos colapsos financeiros
das empresas Enron e Worldcom até após a crise financeira mundial de 2008/09). A
literatura sobre o RFR aumentou substancialmente nesta década. Contudo, este campo
de investigação continua a estar pouco desenvolvido. Através desta revisão da literatura
são propostos vários caminhos para futuros estudos que poderão melhorar a
investigação sobre o RFR nos próximos anos This thesis explores two subjects: risk-related disclosure [RRD] practices; and
motivations for RRD. Its primary aim is to extend knowledge of RRD. Multi-theoretical
frameworks are developed to explain RRD by non-finance companies (combining
agency theory, legitimacy theory, and resources-based perspectives), and RRD by
finance companies (combining legitimacy theory and resources-based perspectives).
According to these theoretical frameworks the drivers of corporate RRD are related to
corporate governance characteristics, corporate reputation, and public visibility.
This research into risk reporting in Portugal investigates RRD practices in the
annual reports of 81 listed and unlisted Portuguese companies in the non-finance sector,
and in the annual reports of 190 Portuguese credit-granting institutions [PCI]. Using a
content analysis of annual reports, RRD by non-finance companies was classified into
the following categories: financial risks; non-financial risks; and risk management
framework. RRD by finance companies was classified into the following categories:
risk management objectives and policies; credit risk; market risk, liquidity risk;
operational risk; and capital structure and adequacy.
The main findings indicate that risk reporting is not satisfying the information
needs of investors. RRD is basically qualitative, backward-looking, generic, and vague.
RRD lacks transparency in the finance sector. The deficiencies identified most often
involved a lack of comparability and understandability, even after the adoption of
International Financial Reporting Standards [IFRS] 7 (Financial Instruments:
Disclosures). These deficiencies undermine market discipline. They indicate the need
for improved enforcement mechanisms. This thesis also provides an extensive literature
review of the risk research developed in the decade from 2000 (that is, from before the
Enron and Worldcom collapses until after the Global Financial Crisis [GFC] of
2008/09). The risk reporting literature has grown substantially in this decade.
Nonetheless, risk reporting continues to be under-researched. Several avenues for future
research are proposed.