Autor(es):
Mendes, Maria Goreti Silva
Data: 2009
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/17510
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Descrição
Apresentação efetuada no "Simpósio - O Desenvolvimento na 1.ª Infância, Póvoa de Lanhoso, 2009." A década de 80 constitui um marco na evolução do atendimento às crianças hospitalizadas. A predominância dos estudos que reflectia a questão da separação mãe-filho e os efeitos nefastos na vida
da criança tiveram um papel preponderante na modificação das práticas de cuidados nos hospitais, culminando com o movimento para a permanência de um acompanhante significativo para a criança em período integral a fim de minimizar os efeitos negativos da hospitalização. Contudo, ainda é um evento gerador de stress e angustia quer para a criança quer para a sua família. Mais ainda na 1.ª infância,
etapa em que as crianças necessitam de um relacionamento afectuoso e de um contacto com os pais, que estimule a segurança a confiança e a protecção. A prevenção adequada desses transtornos de forma
e em épocas adequadas também proporciona não só às crianças um melhor desenvolvimento, senão também à família e, em última instância, à sociedade. Os pais são forçados a mudar de condição e do
papel de pais de uma criança saudável, para a nova condição no papel de pais de uma criança doente experimentam uma variedade de conflitos de papel. Neste sentido, a parceria com a família, tema
emergente no cuidar em pediatria, ganha novo relevo. Família e enfermeiros devem ser parceiros e em conjunto desenvolverem a interacção no processo de cuidados à criança. Negociação das responsabilidades na prática da acção; convivência e cumplicidade no trabalho desenvolvido;
compreensão mútua, no sentido do entendimento na acção e cumprimento de objectivos; relação de abertura, sem reserva de informação; empenhamento conjunto no risco e o aceitar a co-avaliação e a
crítica construtiva, são competências exigidas no processo de interacção, para que dele resulte um reforço das competências de cada uma das partes envolvidas. Também, ao olharmos atentamente sobre os direitos da criança hospitalizada, estes só existem plenamente quando ultrapassam a expressão de
uma mera intenção e se tornam evidentes nos comportamentos humanos, neste caso dos enfermeiros.
Da revisão sistemática da literatura efectuada bem como dos achados ainda preliminares do estudo em
desenvolvimento sobre a temática surge a questão problematizadora, a de parecer não haver consenso quanto ao significado desta forma de cuidar em parceria.