Autor(es):
Barros, Carlos Lourenço Moreira de
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/16048
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Divulgação ambiental obrigatória; Análise de conteúdo; Contas anuais; Mandatory environmental reporting; Content analysis; Annual reporting
Descrição
Dissertação de mestrado em Contabilidade O presente estudo circunscreve-se na investigação empírica sobre o relato ambiental obrigatório,
na sequência do processo de regulamentação contabilística das questões ambientais vivido a nível
europeu. Este estudo tem como objectivo analisar as práticas e grau de divulgação de informação
ambiental nas contas anuais de 2008, tendo por base os requisitos legais exigidos pela Directriz
Contabilística n.º 29 – Matérias ambientais (de aplicação obrigatória desde o ano 2006), bem
como identificar os factores explicativos da decisão e nível de divulgação ambiental. As empresas
da amostra, num total de 39, foram seleccionadas a partir da lista das 500 maiores e melhores
empresas portuguesas, centrando-se num sector de actividade potencialmente com maior impacto
ambiental: o sector de metalomecânica e metalurgia de base.
Nesta investigação foi utilizada a técnica de análise de conteúdo das contas anuais, para medição
do nível de divulgação ambiental através da criação de um Índice de Divulgação Ambiental
(IDA), cujos valores variam entre 0 e 1. A fim de avaliar os factores explicativos da prática e nível
de divulgação, foram desenvolvidos dois modelos de regressão linear e logística (tendo,
respectivamente, como variável dependente o IDA, e uma variável dicotómica: divulga; não
divulga). Em ambos modelos foram consideradas como variáveis independentes: o tamanho,
cotação em bolsa, tipo de controlo accionista e posse de certificação ambiental.
Os resultados apontam que 76,9% das empresas da amostra não fornecem qualquer tipo de
informação de carácter ambiental no anexo, segundo os requisitos da DC 29. De entre as 9
empresas divulgadoras, realça-se a informação de carácter positivo e narrativo, destacando-se as
informações relativas aos dispêndios de carácter ambiental reconhecidos como gasto (88,9%), e da
capitalização de tais dispêndios (66,7%), tendo estas duas rubricas uma qualidade de informação
mais elevada no que respeita à sua discriminação e mensuração. Ainda que o IDA médio da
amostra seja baixo, se nos centramos apenas nas empresas divulgadoras, verifica-se um razoável
cumprimento dos requisitos do normativo contabilístico em vigor (IDA ± 0,5), ou seja, podemos
afirmar existir, num mesmo campo organizativo, um certo processo de homogeneização, que
assenta num isomorfismo coercivo, à luz da Teoria Institucional. O estudo estatístico revela ainda
que as empresas com certificação ambiental não só apresentam uma maior propensão para
divulgar, como são as que apresentam maiores IDA, encontrando, assim, na divulgação uma forma
de legitimar as suas actuações ambientais perante a sociedade. Não se comprovaram diferenças
significativas entre a prática e grau de divulgação e as restantes variáveis independentes. This study is confined within empirical research of the mandatory environmental reporting,
following the accounting regulation process of environmental issues experienced in Europe. This
study aims to analyze the practices and the level of disclosure of environmental information in
annual accounts for 2008, based on the legal requirements requested by Accounting Guideline No.
29 - Environmental Matters (effective since 2006) as well as identifying the factors behind the
decision and the level of environmental disclosure. The 39 sample companies, were selected from
a list of 500 of the biggest and best Portuguese companies, focusing on a sector of potentially
greater environmental impact: the sector of metalworking and basic metallurgy.
In this study we used the content analysis technique of annual accounts, to measure the level of
environmental disclosure by creating an Environmental Disclosure Index (IDA), whose values
range between 0 and 1. In order to assess the factors behind the practice and level of disclosure,
two models were developed for linear and logistic regression (respectively as a dependent
variable, IDA, and a dichotomous variable: disclose, not disclose). Both models were considered
as independent variables: size, listed companies, type of shareholder control and environmental
certification holder.
The results show that 76.9% of the sample companies do not provide any kind of environmental
information in the notes regarding the DC 29 requirements. Between the nine disclosure
companies, emphasis is on positive and narrative information, especially the information relating
to environmental expenditures (88.9%), and the capitalization of environmental expenses (66.7%),
these two items have higher quality of information on discrimination and measurement. Even
though the IDA average sample is low, if we only focus on companies disclosure, there is a
reasonable compliance with the requirements of accounting standards in force (IDA ± 0.5), i.e. we
can say in the same organizational field, there is a certain homogenization process, which relies on
a coercive isomorphism, in light of the institutional theory. The statistical study also shows that
companies with an environmental certification not only have a greater propensity to disclose, as
those with higher levels of disclosure, finding in disclosure a way of legitimizing their
environmental performances in society. There is no evidence of significant differences between
the practice and level of disclosure and the other independent variables.