Autor(es):
Martins, Sara Manuela Carneiro
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/15292
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Descrição
Dissertação de mestrado em Fisiologia Molecular de Plantas As cardosinas A e B são proteinases aspárticas vegetais presentes em grande
abundância nas flores de cardo. No entanto, apesar das suas semelhanças estruturais e
moleculares, estas proteínas têm padrões de acumulação diferentes nas flores: a cardosina A é
vacuolar e está presente nos vacúolos de armazenamento proteico das papilas estigmáticas,
enquanto a cardosina B é secretada e está presente na matriz extracelular do tecido de
transmissão. Este facto contribuiu para o crescente interesse nestas proteinases não apenas no
que diz respeito às suas possíveis funções, mas também a nível do estudo do trânsito
intracelular. Nesse sentido têm sido realizados muitos estudos de forma a elucidar as funções e
vias de trânsito seguidas por estas proteínas tanto no sistema nativo como em sistemas
heterólogos como tabaco e Arabidopsis. Neste estudo pretendeu-se também avaliar os possíveis
efeitos da sobreexpressão destas cardosinas utlizando a planta Arabidopsis thaliana como
sistema heterólogo, a expressar de forma estável as cardosinas sob o controlo do promotor 35S
Os dados da caracterização fenotípica revelaram que as plantas transformadas não são
afectadas ao nível da viabilidade ou fertilidade, no entanto, sofrem um atraso no
desenvolvimento em relação às plantas wild type. Foi também realizada imunolocalização das
cardosinas A e B em flores fechadas e abertas de Arabidopsis expressando de forma estável as
proteínas. Foi observada uma acumulação das cardosinas no citoplasma das células das flores,
embora em alguns casos tenha sido possível observar-se cardosina A nos vacúolos das células
do tapete e grãos de pólen assim como cardosina B nos vacúolos das células do tapete, em
ambos os casos em flores fechadas e quando induzida a expressão desde o início do
desenvolvimento. Para além das diferenças de localização a nível intracelular também se
verificaram diferenças no padrão de acumulação de ambas as cardosinas a nível tecidular,
sendo notória uma marcação mais evidente da cardosina A nas células abaixo das papilas
estigmáticas no cortex do estigma e também na zona nucelar, enquanto nas plantas
transformadas com a construção que codifica para a cardosina B na zona nucelar não se
observou marcação. Pela análise dos dados obtidos, pode-se constatar que a Arabidopsis é um
bom modelo para o estudo das cardosinas dado que é capaz de expressar correctamente estas
proteínas sem sofrer alterações fenotípicas relevantes que afectem a obttenção da geração
seguinte. Cardosins A and B are plant aspartic proteinases present in high amount in cardoon
flowers. However, apart their structural and molecular similarities, these proteins have different
accumulation patterns in the flower tissues: cardosin A is a vacuolar protein present in the
protein storage vacuoles of stigmatic papillae, while cardosin B is secreted to the extracellular
matrix of the transmitting tissue. These facts contributed for the growing interest on these
proteinases not only regarding their functions but also in what concerns the study of their
intracellular trafficking pathways. Therefore, several studies have been performed to elucidate
their physiological roles and trafficking pathways both in the native system and in heterologous
systems as tobacco and Arabidopsis. One of the main goals of the present study was to evaluate
the possible effects of cardosins over expression using Arabidopsis thaliana as heterologous
system, stably expressing cardosins under the control of 35S promoter. The data retrieved from
the phenotypic characterizations revealed that the transgenic plants are not affected in terms of
viability or fertility, however they suffer a delay in the development when comparing to wild type
plants. Immunolocalization studies were also performed to localize cardosins A and B in closed
and opened flowers of Arabidopsis plants stably expressing these proteins. Cardosins were found
to accumulate in the cytoplasm of the cells, though in some cases cardosin A has been observed
in the vacuoles of tapetum cells and in pollen grains, as well as cardosin B in the vacuoles of
tapetum cells, in both cases in closed flowers when expression was induced from the beginning
of development. Besides the differences observed in terms of intracellular localization, the tissue
distribution of both cardosins was also different being notorious the labelling of cardosin A in the
cells below stigmatic papillae, in the stigma cortex and also in the nucelar region of the ovule,
while in the plants expressing cardosin, the labeling was not observed in the nucelar region.
Comparing the overall results with previous data we can suggest that Arabidopsis is a good
model for the study of cardosins given the fact that it can correctly express both cardosins
without undergoing relevant phenotypic modifications that affect the viability of forthcoming
generations.
Tipo de Documento
Dissertação de Mestrado
Idioma
Português
Orientador(es)
Pereira, Maria Susana Jorge; Costa, Diana Pereira Soares da