Autor(es):
Lima, Alberto da Silva
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/15147
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Gerês; Lobios; Ocorrências hidrominerais; Águas termais
Descrição
O acidente Gerês – Lobios constitui a porção intermédia de uma
megaestrutura de orientação N17ºE que recorta o Maciço Ibérico ao longo de
uma extensão de cerca de 250 km. A este acidente estão associadas
emergências bicarbonatadas sódicas, exóticas em termos regionais,
nomeadamente nas localidades de Gerês (Portugal) e Lobios (Espanha), onde
ocorrem manifestações de termalidade significativa. São águas de
mineralização relativamente baixa, com valores de condutividade de 350 μS/cm
ou um pouco superiores. Possuem pH no domínio alcalino e potencial redox que
lhes confere características oxidantes. O sódio e o par bicarbonato/carbonato
são claramente os mineralizadores principais destes fluidos termais que se
distinguem das restantes águas subterrâneas por possuírem alguns elementos
em concentrações inusitadas: Entre estes elementos destacam-se o flúor e o
boro, que atingem concentrações de 12,5 mg/L e 136 μg/L, respectivamente.
Tratando-se de águas com quimismos semelhantes, ocorrem contudo
diferenças, usualmente pouco significativas. O principal parâmetro distintivo das
duas águas situa-se ao nível da sua termalidade. Assim, enquanto a
temperatura de emergência da água do Gerês é de, aproximadamente, 45,5 ºC,
na emergência de Lobios registaram-se valores de temperatura superiores a 75
ºC. . Esta termalidade é adquirida devido a um circuito profundo, onde a água
deverá atingir uma temperatura de reservatório da ordem dos 150 ºC.
Admitindo um reservatório comum para as duas ocorrências, a diferença de
temperatura na emergência entre as duas águas poderá traduzir, pelo menos
em parte, o menor grau de mistura do fluido profundo de Lobios durante a
ascensão.