Autor(es):
Vieira, Paula Cristina Marinho
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/14155
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Educação; Currículo; Identidade; Sexualidade; Teoria Queer; Education; Curriculum; Identity; Sexuality; Queer Theory; Educación; Identidad; Sexualidad
Descrição
Dissertação de mestrado em Ciências da Educação (área de especialização em Desenvolvimento Curricular) O presente trabalho situa-se no âmbito das políticas de género na medida em que
empreendemos o cruzamento das noções de educação, currículo, identidade e sexualidade no
estudo e análise das tensões que advém da simultaneidade de diferentes identidades que cada
ser encerra, na convivência e confronto que o devir social proporciona. Evidentemente, ao
elegermos a identidade sexual como nosso objecto de estudo, mergulharmos no plano das
orientações sexuais, e assim todas as questões se complexificam na forma como estas, no
contexto educacional e curricular, determinam e são determinadas pelo trabalho da classe
docente e a relação pedagógica, num contexto onde os processos educativos dificilmente
escapam à influência avassaladora e intransponível da globalização e da hegemonia neoliberal e
neoconservadora.
Nesta ordem de ideias, a nossa problemática investigacional visa escrutinar o modo
como, nas escolas, sujeitos detentores de uma dada sexualidade, que não a heterossexual,
vivenciam as suas práticas curriculares, e de que modo estas se cruzam com a valorização da
diversidade e a manutenção da normalização. Para concretizar este intento, e devido à
proliferação de novos movimentos sociais de identidade, é impossível descartar a pertinência,
para o presente trabalho, do desenvolvimento da teoria queer fruto da consolidação dos estudos
gay e lésbicos e a sua luta identitária ao longo dos anos da década de 1990.
Desta forma, e na tentativa de uma abordagem que melhor conseguisse dar testemunho
da complexidade da realidade social, fizemos uso da metodologia de teor qualitativo, uma
estratégia cada vez mais habitual no campo das ciências sociais e humanas pois contribui para
e fundamenta uma análise mais completa e mais complexa dos fenómenos educacionais (e não
apenas esses).
Durante todo o processo de investigação, equacionamos o espaço físico da escola e o
espaço cultural/ideológico do currículo relacionalmente, no intento de constatar a existência de
uma pedagogia sexual que ultrapasse a pedagogia da heterossexualidade para assim deixarmos
de prosseguir com e manter silêncios tão notórios. The current work can be placed in the sphere of gender politics as we engage in the
interwove of the notions of education, curriculum, identity and sexuality when we study and
analyze the tensions that come from the multiplicity of different identities that each being holds
dealing and confronting the other in every social moment. Clearly whenever the sexual identity is
elected as our subject of study we dive deep in the field of sexual orientations and so all the
questions are intensified in the moment we try to know, in a educational and curricular context,
what is determinated or determined by the work of teachers and the pedagogical relationship. All
of this in a scenario where the educative processes hardly escape the overwhelming and
insurmountable influence of a neoliberal and neoconservative globalization.
Being so, our investigational subject aims to analyze the way people with a given
sexuality, which is not the heterosexual one, experience at school their educative and curriculum
practices and the way these practices intersect themselves with the acts of valorizing diversity
and keeping normalization and standardization. To do so, and due to the proliferation of new
social identity movements, it is impossible to disregard the importance of the queer theory‟s
development for the current work. A theory which has derived from the consolidation of gay and
lesbian studies and their identity struggle all over the decade of 1990.
In this way, our attempt in trying to grasp the best way possible the complexity of social
reality made us approach a qualitative methodology. Such methodological strategy is increasingly
common in the field of social sciences in the way that contributes to and substantiates a more
complete and complex analysis of educational (and not only) phenomena.
During all the process of investigation we considered the physical scenario of school and
the cultural and ideological scenario of curriculum in a relational way, so that we could find a
sexual pedagogy that goes far beyond the pedagogy of heterosexuality and afterwards we can
stop keeping such notorious silences. El presente trabajo está situado en el ámbito de las políticas de género desde el
momento en que juntamos las nociones de educación, identidad y sexualidad en el estudio y
análisis de las tensiones que sobrevienen de las diferentes identidades que cada ser encierra de
modo simultáneo, en la convivencia y enfrentamiento que el devenir social proporciona.
Como es evidente, al elegir la identidad sexual como objeto de nuestro estudio, nos
sumergimos en las aguas de las orientaciones sexuales, y así, todas las cuestiones de vuelven
más complejas, en el modo en el que éstas, en el contexto educacional y curricular, determinan
y son determinadas por el trabajo docente y la relación pedagógica. Lidiamos con conceptos y
prácticas que se (re)producen y se transforman en el aula (y aún más allá) en un contexto donde
los procesos educativos difícilmente escapan a la influencia avasalladora e inevitable de la
globalización y de la hegemonía neoliberal y neoconservadora.
De esta manera, nuestra investigación visa investigar el modo como en las escuelas,
sujetos detentores de una determinada sexualidad, que no es la heterosexual, viven sus
prácticas curriculares, y de qué modo éstas se cruzan con la valoración de la diversidad y el
mantenimiento de la normalidad. Para concretar este intento, y debido a la proliferación de
nuevos movimientos sociales de identidad, es imposible descartar la pertinencia, para el
presente trabajo, del desarrollo de la Teoría Queer fruto de la consolidación de los estudios
homosexuales y su lucha a lo largo de la década de 1990.
De este modo, e intentando encontrar la mejor manera de testimoniar la complejidad de
la realidad social, hemos hecho uso de metodología cualitativa, una estrategia cada vez más
habitual en el campo de las Ciencias Sociales y Humanas, que contribuye y fundamenta un
análisis más completo y complejo de los fenómenos educacionales (y otros muchos).
Durante todo el proceso de investigación, hemos evaluado el espacio físico de la escuela
y el espacio cultural/ideológico del currículo, en un intento de constatar la existencia de una
pedagogía sexual que vaya más allá de la pedagogía de la heterosexualidad, a fin de dejar de
hacer y mantener silencios tan notorios.