Author(s):
Machado, Cândida Sofia Ferreira
Date: 2010
Persistent ID: http://hdl.handle.net/1822/10871
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Description
Tese de doutoramento em Economia (área de conhecimento em Economia Industrial, do Trabalho e da Empresa) Under the demographic context of population aging and considering its
implications on the age composition of the labor force, this thesis investigates the labor
market opportunities experienced by older individuals and additionally questions whether a
specific form of flexible work arrangement would help to expand older employees’ working
career, contributing this way to an active aging. Due to the fear of prospective labor supply
shortages, as well as to issues related to the sustainability of Social Security systems, there
exists a growing concern towards increasing the labor force participation of older workers.
Therefore, opportunities must be created and/or made accessible to these individuals in
order for them to find attractiveness in postponing the passage to inactivity.
For the study of labor market opportunities, using a longitudinal employer-employee data
set, I concentrate on hiring and promotion prospects faced by the elderly. First, I make use
of a fractional logit model to evaluate the hiring opportunities at the reach of older
individuals. I find that although Portuguese firms employ older workers they have a
preference for hiring younger individuals and this preference results from the fact that
employers seem to favor long-term employment relationships with their employees. In
effect, empirical results show a statistically significant negative association between the
share of the workforce with more than 5 years of tenure and the share of older workers’
hired.
Second, the research on older workers’ opportunities for promotion departs from a sample
of new firms and their employees. Survival analysis suggests that younger employees
experience shorter times to promotion than older workers and, therefore, the latter face a
smaller likelihood of promotion.
Both the above researches highlight the lack of opportunities for older individuals. They
are passed over for hiring and promotion because of age. This calls for the need of policy
intervention to incentive firms to hire and provide career development chances for those
that are older.
As a means to extend older individuals’ participation in the labor force, another dimension
of active aging policies focus on the adoption of flexibility in working arrangements. Thus,
in a third and final research, the underlying question is whether working hours’ flexibility is
associated with delayed exit from the labor market. Using a novel dataset from the 2006
Portuguese Labor Force Survey and employing duration models I find that reducing hours
of work before retirement is associated with early exits from the labor force. A reduction of hours of work seems to signal the wish to retire sooner rather than to announce the desire
of retirement postponement. Hence, flexibility in hours of work appears not to be an
effective instrument to promote active aging. Perante um contexto demográfico de envelhecimento populacional e tendo em
consideração as suas implicações ao nível da composição etária da força de trabalho, esta
tese investiga as oportunidades ao alcance dos trabalhadores mais velhos no mercado de
trabalho e analisa o impacto de uma forma particular de flexibilidade nas relações laborais
sobre a extensão da carreira dos trabalhadores idosos, contribuindo deste modo para o
envelhecimento activo da população. Devido ao receio de uma futura escassez da oferta de
trabalho, bem como a questões relacionadas com a sustentabilidade dos sistemas de
Segurança Social, existe uma preocupação crescente com o aumento da participação dos
trabalhadores mais velhos na força de trabalho. Como tal, devem ser criadas oportunidades
para que estes trabalhadores sejam atraídos no sentido de permanecerem por mais tempo
na força de trabalho, adiando deste modo a sua reforma.
Para estudar as oportunidades no mercado de trabalho, nomeadamente as oportunidades
de contratação e promoção disponíveis para os trabalhadores mais maduros, são utilizados
dados longitudinais provenientes dos Quadros de Pessoal. Em primeiro lugar, recorre-se a um
modelo logit fraccional para avaliar as oportunidades de contratação ao alcance dos
indivíduos mais idosos. Verifica-se que apesar das empresas portuguesas empregarem
colaboradores mais velhos aquelas preferem contratar trabalhadores mais jovens. Esta
preferência resulta do facto de os empregadores elegerem favorecer relações laborais de
longo prazo com os seus colaboradores. Os resultados empíricos revelam uma relação
negativa e estatisticamente significativa entre a proporção da força de trabalho com mais de
5 anos de antiguidade e a proporção de trabalhadores mais velhos recrutados.
Em segundo lugar, o estudo das oportunidades de promoção dos trabalhadores mais
velhos tem por base uma amostra constituída por empresas novas e pelos seus
colaboradores. A utilização de modelos de duração sugere que os trabalhadores mais novos
enfrentam tempos para a promoção mais curtos que os trabalhadores mais velhos e,
portanto, os últimos apresentam uma menor probabilidade de serem promovidos.
Os dois estudos acima mencionados evidenciam a ausência de oportunidades para os mais
velhos. Pela sua idade, estes surgem preteridos no tocante a oportunidades de recrutamento
e promoção. Esta situação chama a atenção para a necessidade de uma intervenção de
política no sentido de incentivar as empresas a apostar no recrutamento e no
desenvolvimento de oportunidades para os indivíduos mais idosos. Com o intuito de prolongar a participação dos indivíduos mais velhos no mercado laboral,
o âmbito das políticas de envelhecimento activo passa pela adopção de maior flexibilidade
nas relações de trabalho. Logo, numa análise final, questiona-se se a flexibilidade do horário
de trabalho está associada com o adiamento da saída do mercado de trabalho. Usando uma
nova base de dados proveniente do módulo “Transição para a Reforma” do Inquérito ao
Emprego e utilizando uma análise de duração, demonstra-se que a redução do horário de
trabalho antes da passagem para a reforma está associada a saídas precoces da força de
trabalho. A redução do horário de trabalho parece sinalizar a intenção de saída antecipada
do mercado de trabalho em vez de anunciar o desejo de adiamento da reforma. Portanto, a
flexibilidade do horário de trabalho não parece ser um instrumento eficaz na promoção do
envelhecimento activo.