Autor(es):
Martins, Moisés de Lemos
Data: 2004
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/1822/1075
Origem: RepositóriUM - Universidade do Minho
Assunto(s): Pós-colonialismo; Lusofonia; Identidade; Representação social; Simbolismo; Cultura; Área cultural; Multiculturalismo; Luso-tropicalismo; Globalização
Descrição
Conferência inaugural no X Congresso Brasileiro de Língua Portuguesa, subordinado ao tema Lusofonia, realizado em São Paulo pela Pontifícia Universidade Católica, entre 28 de Abril e 1 de Maio de 2004. Fez com Evanildo Bechara a conferência de abertura do Congresso. Título da conferência: “Lusotropicalismo e Lusofonia. Equívocos e possibilidades de dois conceitos hiper-identitários”. A ser publicada nas Actas. Será a ideia de lusofonia um modo de dizer, na actualidade, o conceito de luso-tropicalismo? Nestas representações de um espaço supranacional de língua e cultura existe um equívoco lusocêntrico. Nelas sempre Portugal se fixou morbidamente, gozando a diferença que o caracteriza, ou o imagina tal, no contexto de outros povos, nações e culturas (Eduardo Lourenço). Mas existem igualmente potencialidades. A afirmação de uma área cultural de influência, baseada numa língua comum, mas que transcende largamente a questão linguística, mobilizando mesmo povos inteiros, os seus governos, as organizações não governamentais, a sociedade civil. Também o reconhecimento no espaço lusófono de realidades radicalmente distintas umas das outras. E ainda, o reconhecimento de uma comunidade pouco coesa e muito desigual, afectada por desequilíbrios demográficos, culturais e económicos flagrantes.
Partilhando, é certo, distintas posições de vulnerabilidade, diante dos efeitos de processos transnacionais que não dominam, podem, todavia, os países lusófonos fazer uma leitura afirmativa e prospectiva da sua presença no mundo, valorizando a tensão entre o ser ou poder ser margem e o ser ou poder ser parte inteira.