Autor(es):
Silva, Clarinda Isabel Soares da
Data: 2007
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.2/623
Origem: Repositório Aberto da Universidade Aberta
Assunto(s): Sociedade portuguesa; Multiculturalismo; Educação intercultural; Alteridade; Grupos minoritários; Estereótipo; Preconceito; Estudos comparados; Inquéritos; Alunos; Áreas rurais; Áreas urbanas
Descrição
Dissertação de Mestrado em Relações Interculturais apresentada à Universidade Aberta Resumo - A sociedade contemporânea revela-se indiscutivelmente pluricultural. A
crescente globalização, a abertura das fronteiras no espaço europeu, o
desenvolvimento das comunicações e a mobilidade das populações originam
fenómenos que incrementam os contactos entre povos e culturas.
A diversidade étnica e cultural da sociedade reflecte-se nas nossas escolas e,
como tal, esta nova realidade coloca novos desafios aos intervenientes no sistema
educativo, criando a necessidade de institucionalizar políticas e práticas multiculturais.
Assim, a escola deve respeitar e acolher as diferenças culturais, étnicas, linguísticas e
outras e promover a autoconfiança e a auto-estima das crianças, impulsionando
interacções livres de preconceitos e adequadas para gerar entendimento e
cooperação entre todos.
O objectivo do nosso estudo é reflectir sobre os estereótipos e preconceitos
etnoculturais dos alunos de nacionalidade portuguesa, no meio rural e no meio urbano,
face a quatro grupos cultural e etnicamente, diferentes do seu. A imagem que
construímos do “outro” determina as nossas atitudes perante ele, esta, ao ser
enviesada, fomentará o preconceito e dificultará a sua integração. No entanto, a
consciencialização desta realidade possibilitará desenhar intervenções inibidoras da
intolerância e da rejeição. A educação possibilitará superar alguns dos preconceitos
que acompanham a sociedade do século XXI e promover a igualdade de
oportunidades, o direito à identidade e o respeito pela diversidade.
O estudo está dividido em duas partes, a primeira aborda conceitos teóricos e
algumas reflexões quanto às migrações, à intolerância e preconceitos e à educação
intercultural; a segunda expõe o estudo empírico, designadamente a metodologia,
tratamento e análise de dados (recolhidos junto a alunos de 5º e 9º anos de
escolaridade, de duas escolas do ensino público e uma do ensino privado, em dois
meios distintos, rural e urbano) e as conclusões.
Ao confrontarmos as hipóteses formuladas com os resultados obtidos, uma das
conclusões é que os alunos se autoavaliam como pouco racistas mas avaliam os
portugueses como sendo mais racistas. O índice de racismo calculado mostra-nos que
não há diferenças estatisticamente significativas entre o meio rural e o meio urbano,
embora em dois dos itens que o constituem elas existam, nomeadamente, na
autoavaliação do sujeito e na avaliação dos portugueses (é no meio urbano que os
alunos se consideram menos racistas e avaliam os portugueses como mais racistas).
De modo geral, das sete hipóteses formuladas apenas não se confirmou a
influência do ter ou não contacto com estrangeiros nos preconceitos dos alunos, uma
vez que, os índices atitudinais calculados para os exogrupos em estudo não
apresentam significâncias.
Ao chegar o termo sentimos que ao longo deste percurso foram surgindo outras
perspectivas de análise, igualmente interessantes, para desenvolver em posteriores
investigações Résumé - La société contemporaine est indiscutablement multiculturelle. La
globalisation croissante, l’ouverture des frontières dans l’espace européen, le
développement des communications et la mobilité des populations origine des
phénomènes qui favorisent les contacts entre les peuples et les cultures.
La diversité ethnique et culturelle de la société se retrouve dans nos écoles
et ainsi, cette nouvelle réalité pose de nouveaux défis aux intervenants dans le
système éducatif, en créant la nécessité d’institutionnaliser des politiques et des
pratiques multiculturelles. Cela étant, l’école doit respecter les différences
culturelles, ethniques, linguistiques et d’autres et promouvoir l’auto confiance et
l’auto estime des enfants, poussant des interactions réciproques sans préjugés et
adéquates pour gérer le consensus et la coopération entre tous.
L’objectif de notre étude est de réfléchir sur les stéréotypes et préjugés des
élèves de nationalité portugaise dans un environnement rural et urbain face a
quatre groupes d’origine culturelle et ethnique différentes. L’image que nous
construisons de l’«autre» détermine nos attitudes à son égard, et, dès lors, étant
déturpée, favorisera le préjugé et difficultera son intégration. Cependant, la prise de
conscience de cette réalité possibilitera de définir des plans d’intervention
inhibitoires de l’intolérance et du rejet.
L’éducation permettra de dépasser quelques préjugés, qui vont de paire
avec la société du XXIème siècle, et promouvoir l’égalité d’opportunités, le droit à
l’identité et le respect par la diversité.
L’étude se divise en deux parties: la première, où nous avons cherché à
démontrer des concepts théoriques et développer quelques réflexions par rapport
aux migrations, à l’íntolérance et préjugés et à l’éducation interculturelle; la
deuxième, expose l’étude empirique: méthodologie et traitement analyse des
données récoltées auprès dês élèves de la 5ème et de la 9ème années, de deux
écoles de l’enseignement publique et une autre de l’enseignement privé, dans deux
environnements différents, rural et urbain et les conclusions.
En confrontant les hypothèses formulées avec les résultats obtenus, une
des conclusions est la suivante: les élèves s’ évaluent eux mêmes peu racists mais
évaluent les portugais comme étant plus racistes. L’indice de racisme calculé nous
montre qu’il n’y a pas de différences statistiquement expressives entre
l’environnement rural et l’urbain, bien que dans deux des items que le composent
elles existent, surtout dans l’auto évaluation du sujet et dans l’évaluation des
portugais (c’est dans l’énvironnement urbain que les élèves se considèrent moins
racistes et qui évalue les portugais plus racistes).
D’une façon générale des sept hypothèses formulées, seule l’influence
d’avoir ou de ne pas avoir contact avec les étrangers dans les préjugés des élèves,
n’a pas été confirmée, vu que les indices des attitudes calculés pous les groupes
d’immigrés en étude ne présentent pas d’expressivité.
Cependant, la fin arrivant, nous avons le sentiment que tout au long de ce
parcours de nouvelles perspectives d’analyse tout aussi intéressantes, se sont
révélées et justifieraient une postérieure investigation Abstract - The contemporaneous society manifests itself as unquestionably pluricultural.
The growing globalization, the opening of the boarders, the communications
development and the population mobility give rise to phenomena that increment the
contact between people and cultures.
The ethnic and culture diversity of the society reflects in our schools and this
way this new reality raises other new challenges to the agents of the educative
system, creating the necessity of institutionalize multicultural politics and practices.
This way, school has to respect and accept the cultural, linguistics and other
differences and promote the children self confidence and self esteem, stimulating
unprejudiced interactions appropriated to create perception and cooperation among
everyone.
The aim of this study is reflecting about the stereotypes and prejudices of
Portuguese students in a rural and urban environment, related to four groups
ethnically and culturally different from his own group. The image that we build from
“the other” determine our attitudes towards him, this image, as being distorted, will
foment prejudice and difficult his own integration. Nevertheless, the perception of
this reality will make possible to delineate interventions inhibiter of intolerance and
rejection. Education will make possible to surpass some prejudices that follow-up
the 21st century society and promote the equality of opportunities, the right to self
identity and the respect for diversity.
This study is divided in two parts, the first one, expresses theoretical concepts
and develop some reflections in what concerns to migrations, intolerance,
prejudices and to intercultural education; the second part, exposes an empirical
study: methodology, treatment, data analyses (collected near students from the 5th
and 9th grade, from two state schools and one independent school in two distinct
environments: rural and urban) and conclusions.
As we confront the formulated hypotheses with the obtained results, one of
the conclusions is that students evaluate themselves as not much racists, but
evaluate the Portuguese people as being racists. The calculated racism index,
shows us that there are no differences, statistically significant, between rural and
urban environment, however, in two of the items, the differences exist, namely in
the subject self-evaluation and in the Portuguese evaluation (is in the urban
environment that students consider themselves less racists and evaluate the
Portuguese people as more racists).
In a general way, from the seven formulated hypotheses, only the influence of
having or not having contact with foreign people in students prejudices, didn’t
confirm, once that the atitudinal index calculated to the studied exogroups, doesn’t
present significances.
As we reach to an end we feel that during this path another analyses
perspective arise, equally interesting, to develop in other investigations in this area