Author(s):
Gabriel, Fernando Manuel Silva
Date: 2007
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.2/617
Origin: Repositório Aberto da Universidade Aberta
Subject(s): Educação intercultural; Multiculturalismo; Alteridade; Psicologia da educação; Minorias étnicas; Ciganos; Comunicação intercultural; Ensino básico; 1º Ciclo; Porto; Culture (s) of school; Gypsies cultures; Identity; Otherness; Multiculturalism; Monoculturalism; Cultural relativism; Intercultural education
Description
Dissertação de Mestrado em Relações Interculturais apresentada à Universidade Aberta Resumo - A presente investigação pretende lançar um olhar sobre as concepções
pedagógicas dos professores do 1.º Ciclo, da Área Metropolitana do Porto, face à
escolarização das crianças de etnia cigana, assim como as expectativas que estas
crianças têm sobre a escola.
Tendo em conta a problemática em estudo, o universo em análise e a
especificidade do tecido sociocultural, recorremos à entrevista como técnica dominante,
utilizando, também, fontes de análise documental, dado tratar-se de um procedimento
essencial em todos os momentos da pesquisa. A nossa análise será, naturalmente,
suportada por quadros teóricos produzidos no âmbito da investigação nas áreas da
educação e comunicação intercultural.
Considerando que as comunidades dos alunos estudadas se enquadram nas
chamadas “classes desfavorecidas”, as diferenças socioeconómicas que existem entre si
e as redes sociais em que se movimentam influenciam de forma diferenciada a sua
integração na escola, a sua capacidade de interacção e comunicação e as suas
expectativas face à mesma.
Os professores revelam nos seus discursos alguma preocupação com os alunos
de etnia cigana, mas essa preocupação não se traduz, na grande maioria, no
desenvolvimento de forma integrada da cultura de etnia cigana, em contexto de sala de
aula, e na implementação de práticas pedagógicas diferenciadas e interculturais.
O discurso dominante da generalidade dos professores para explicar o
insucesso escolar dos alunos de etnia cigana enfatiza muito as tradições culturais e
sociais do povo cigano. Os professores colocam a responsabilidade do insucesso escolar
sempre do lado das famílias e não do lado da escola.
O ensino ministrado nas escolas insere-se maioritariamente num modelo
monocultural. Os professores, ao agirem em conformidade com os interesses da cultura
dominante, estão a privilegiar a transmissão de conhecimentos e valores sem considerar
as realidades sociais e familiares dos alunos, um pressuposto da escola tradicional, de
carácter monocultural.
Na sequência desta investigação, considera-se indispensável uma mudança nas
concepções e nas práticas pedagógicas dos professores sobretudo para que seja vivida
uma aprendizagem intercultural em meio escolar Résumé - Cette étude souhaite porter un regard sur les concepts pédagogiques que les
enseignants du 1er cycle de la région métropolitaine de Porto ont sur la scolarité des
enfants d’ethnie gitane ainsi que sur les attentes que ces enfants ont vis-à-vis de l’école.
Prenant en compte la problématique dans l’étude, l’environnement dans
l’analyse et la spécificité du tissu socioculturel nous aurons recours à l’entrevue comme
technique dominante et en utilisant aussi des sources d’analyse documentaire s’agissant
d’une procédure essentielle durant toute la recherche. Notre analyse sera naturellement
soutenue par un cadre théorique émanant des travaux de la recherche dans les secteurs
de l’éducation et la communication interculturelle.
En considérant que les communautés des élèves étudiés se trouvent dans les
classes dites «défavorisées» les différences socioéconomiques qui existent entre eux et
les réseaux sociaux où ils évoluent influencent de façon différente leur intégration à
l’école, leur capacité d’interaction et communication et leurs opportunités.
Les enseignants nous font part de quelques préoccupations avec les élèves
Gitans mais cette préoccupation ne se traduit pas , dans sa grande majorité, dans le
développement de la forme intégrée de la culture gitane dans le contexte de la salle de
classe et dans la mise en oeuvre de pratiques pédagogiques différenciées et
interculturelles.
La grande majorité des enseignants mettent en avant les traditions culturelles et
sociales du peuple Gitan pour expliquer l’échec scolaire des élèves Gitans. Les
instituteurs reportent la responsabilité de l’échec scolaire sur les familles et jamais sur
l’école.
L’enseignement administré dans les écoles s’inscrit majoritairement dans un
modèle monoculturel. En agissant en conformité avec les intérêts de la culture
dominante, les instituteurs privilégient la transmission de connaissances et valeurs sans
tenir compte des réalités sociales et familiales des élèves, un présupposé de l’’école
traditionnelle à caractère monoculturel.
Dans cette étude, on considère indispensable un changement dans les concepts
et pratiques pédagogiques des instituteurs, surtout afin qu’il existe un apprentissage
interculturel en milieu scolaire Abstract - The present inquiry intends to launch a look on the pedagogical concepts that
the teachers of the 1st cycle of the metropolitan region of Oporto have on the schooling
of the children of ethnos gipsy group as on expectations which these children have with
respect to the school.
Taking into account the problems in the study, the environment in the analysis
and the specificity of sociocultural network, we will have resort to the interview like
dominant technique and by also using sources of documentary analysis being an
essential procedure lasting all research. Our analysis will be naturally supported by a
theoretical framework emanating from the research tasks in the sectors of education and
the intercultural communication.
By considering that the communities of the studied pupils are in the classes
known as “underprivileged” the socio-economic differences which exist between them
and social networks where they move influence in a different way their integration at
the school, their capacity of interaction and communication and their opportunities.
The teachers inform us of some concerns with the Gipsies pupils but this
concern is not correlated, in its great majority, to the development of the integrated form
of the gipsy culture in the context of the classroom and the implementation of
differentiated and intercultural teaching practices.
The large majority of the teachers propose the cultural and social traditions of
the Gipsy people to explain the school failure of the Gipsies pupils.
The teaching managed in the schools fits mainly in a monoculturel model.
While acting as conformity with the interests of the dominant culture, the teachers
privilege the transmission of knowledge and values without taking account of social
realities and family pupils, one presupposed of the 'traditional single cultural school.
In this study, one considers essential a change in the concepts and teaching
practices of the teachers, especially so that there exists an intercultural learning in
school