Autor(es):
Carreto, Catarina Araújo
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/8057
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Auto-eficácia; Ajustamento psicológico; Psicologia do adolescente; Pensamento automático - psicologia; Teses de mestrado - 2012
Descrição
Tese de mestrado, Psicologia (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde - Núcleo de Psicoterapia Cognitiva-Comportamental e Integrativa), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2012 O processo de socialização na adolescência coloca diversos desafios sociais e
emocionais ao adolescente, o que torna pertinente compreender a forma como os
adolescentes percecionam a sua capacidade para enfrentar e lidar com situações sociais
e a sua influência no estabelecimento de relacionamentos interpessoais e ajustamento
psicológico.
O desenvolvimento de relacionamentos interpessoais adaptativos pode ser
influenciado pela perceção que o adolescente tem da sua própria capacidade para
interagir com o outro, autoeficácia social (Bandura, 1997), ou pela forma como se
perceciona a si, aos outros e ao mundo, esquemas ou modelos internos (Beck, Rush,
Shaw, & Emery, 1979/1982), conteúdo cognitivo acessível através dos pensamentos
automáticos. Inserida nesta problemática, o presente estudo exploratório pretende
analisar de que forma a relação entre os pensamentos automáticos negativos e positivos,
e a perceção de autoeficácia social podem influenciar o ajustamento psicológico durante
a adolescência.
O presente estudo analisa esta relação numa amostra não-clínica de adolescentes,
com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. Para este fim foi necessário estudar
a adequação linguística e as qualidades psicométricas das medidas psicológicas de
perceção autoeficácia social (S-EFF) e de pensamentos automáticos negativos e
positivos (CATS-N/P). Considerou-se ainda necessário o estudo das qualidades
psicométricas da medida de ajustamento psicológico, questionário de capacidades e
dificuldades para adolescentes (SDQ), devido à pouca acessibilidade de estudos
empíricos que analisem a estrutura fatorial do instrumento na adaptação para a língua
portuguesa.
Os resultados encontrados suportam o pressuposto da existência de uma relação
entre os pensamentos automáticos e a perceção de autoeficácia social. A confirmação do
pressuposto permite retirar conclusões quanto à sua influência no comportamento do
adolescente.
Limitações, sugestões para futuras investigações e implicações do presente
estudo no processo de intervenção psicoterapêutica são discutidas. The process of socialization in adolescence presents several social and emotional
challenges to the adolescent, therefore it becomes relevant understanding the way
adolescents perceive their own capability to confront and cope with social situations and
its influence in establishing interpersonal and psychological adjustment.
The development of adaptive interpersonal relationships may be influenced by
the adolescent’s perception of his own ability to interact with others, social self-efficacy
(Bandura, 1997), or by the way he perceives himself, the others and the world, schemas
or internal models (Beck, Rush, Shaw, & Emery, 1979/1982), accessible cognitive
content through the automatic thoughts. In this issue, the present exploratory study
intends to examine the way in which the relation between the positive and negative
automatic thoughts and the perception of social self-efficacy may influence the
psychological adjustment during adolescence.
This study analyzes this relation in a non-clinical adolescent sample, aged
between 12 and 18 years. For this purpose it was necessary to study the linguistic
adequacy and the psychometric properties of the psychological measures of perceived
social self-efficacy (S-EFF) and positive and negative automatic thoughts (CATS-N/P).
We judged necessary to study the psychometric properties of the measure psychological
adjustment, the strengths and difficulties questionnaire for adolescents (SDQ), due to
the poor accessibility of empirical studies that examine its factor structure in the
Portuguese adaptation.
The obtained results support the hypothesis of a relationship between the
automatic thoughts and the perception of social self-efficacy. The confirmation of this
hypothesis allows us to draw conclusions on its influence in the adolescent’s behavior.
Limitations, suggestions for future investigations, and implications of this study
on the process of psychotherapeutic intervention are discussed.