Author(s):
Morais, Alexandra Telma de Magalhães, 1988- 
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/7659
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Peixes teleósteos; Otólitos; Comportamento animal; Teses de mestrado - 2012
Description
Tese de mestrado. Biologia (Ecologia Marinha). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2012 Os otólitos são concreções acelulares de carbonato de cálcio e outros sais inorgânicos, que se desenvolvem sobre uma matriz proteica no ouvido interno dos vertebrados. Actualmente encontram-se entre as peças anatómicas dos peixes com maior utilidade e cujo estudo permite um maior número de aplicações práticas. Estas estruturas permitem a análise de diferentes aspectos da biologia dos peixes e do seu ambiente, pois são considerados gravadores permanentes da exposição dos animais a combinação dos factores ambientais. Entre os três pares de otólitos presentes nos peixes ósseos, os sagittae estão bastante bem estudados e a sua análise morfológica já demonstrou ser bastante útil em estudos ecomorfológicos. O presente estudo envolveu a caracterização morfológica de otólitos sagitta de diferentes espécies de peixes teleósteos, tendo como objectivo final encontrar padrões ecomorfológicos. O trabalho foi baseado numa subamostra constituida por sagittae de 51 espécies, distribuidos por 16 ordens e 43 familias de peixes ósseos de águas costeiras, estuarinas e continentais portuguesas. Foram analisadas as seguintes características dos sagittae: (1) forma geral; (2) dimensão relativa; (3) relação entre faces medial e lateral; (4) curvatura das margens dorsal e ventral; (5) morfologia do sulcus acusticus e das suas componentes (ostium e cauda); (6) forma do rostrum e do antirostrum; (7) comprimento do rostrum e sua relação com a profundidade da excisura ostii; (8) concordância de orientação entre rostrum e antirostrum; (9) margens; (10) collum, e (11) depressão circumsulcal. Foi também efectuada a análise biométrica dos exemplares, envolvendo o cálculo de índices (RCA, RCAp e ROP). Com os dados obtidos, foram elaboradas fichas descritivas das diferentes espécies da amostra, contendo a descrição morfológica dos otólitos e a caracterização do seu habitat e do modo de vida, que auxiliaram a provar a existência de padrões ecomorfológicos, assentes em três variáveis ambientais principais: padrões de coloração corporal, capacidade natatíoria e profundidade do habitat. The otoliths are acellular concressions of calcium carbonate and other inorganic salts, which develop over a proteinaceous matrix in the inner ear of vertebrates. Currently they are amongst the most useful anatomical parts of fishes and their study allows a higher number of practical applications. These structures allow the analysis of different aspects of fish biology and their environment, since they are considered permanent recorders of the exposure that animals took from combinations of environmental factors. Among the three pairs of otoliths of bony fishes, the sagittae are well studied and their morphological analysis has proven to be useful in ecomorphological studies. This study includes the morphological characterization of the sagitta otoliths of different species of teleost fishes, setting up as ultimate goal finding ecomorphological patterns. The working sample was composed by 51 species, belonging to 16 orders and 43 families of bony fish from coastal, estuarine and continental Portuguese waters. The characteristics of sagittae analyzed were: (1) overall shape; (2) relative size; (3) relationship between medial and lateral faces; (4) curvature of dorsal and ventral margins; (5) morphology of sulcus acusticus and its components (ostium and cauda); (6) shape of the rostrum and of the antirostrum; (7) length of the rostrum and its relationship to depth of excisura ostii; (8) guidance agreement between rostrum and antirostrum; (9) margins; (10) collum, e (11) circumsulcal depression. Through the results, descriptive papers were elaborated for the different sample species, containing the morphologic description of the otoliths and the characterization of their habitat and way of life. This allowed to prove the existence of ecomorphological patterns, based on three environment variables: body color patterns, swimming capacity and habitat depth.
