Autor(es):
Melo, Benedita Portugal e
Data: 2009
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/7405
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Reflexividade; Público; Rankings escolares; Professores
Descrição
Procurámos, compreender, nesta investigação, em que medida o jornal Público – media de referência no campo da imprensa escrita portuguesa – poderá potenciar a reflexividade dos actores sociais. Ao detectarmos, através da análise de conteúdo, em que condições e em que termos se produziu a reflexividade escrita sobre os rankings escolares publicada naquele diário, ao longo dos anos 2001, 2002 e 2003, concluímos que este media, por força do efeito de agenda-setting, potencia mas, simultaneamente, condiciona o tipo de reflexividade que mediatiza. Concluímos, também, que os fabricantes de opinião – na sua grande maioria, indivíduos detentores de elevados capitais culturais e sociais - que participaram no mencionado debate veicularam predominantemente uma reflexividade simbólico-ideológica. Constituiu, nossa intenção, por outro lado, compreender os efeitos da publicação destes rankings nas práticas lectivas e organizacionais dos professores do ensino secundário que leccionam o 12º ano de escolaridade. A pesquisa realizada através de inquéritos por questionário permitiu-nos verificar que os docentes perspectivam de modo bastante diferenciado entre si a existência dos rankings escolares. A credibilidade atribuída aos critérios de elaboração dos rankings parece ser a variável mais importante para justificar a variação da importância que lhes é conferida por parte da classe docente. Apesar de alguns professores inquiridos terem revelado que a publicação dos rankings originou, nas suas escolas, a tomada de medidas específicas para se melhorarem os resultados dos exames de 12º ano, os dados obtidos nesta investigação revelam que os efeitos reflexivos dos rankings são mais compósitos e pontuais do que lineares e gerais.