Autor(es):
Almeida, Ana Djaimilia dos Santos Pereira de, 1982-
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/5781
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Teses de doutoramento - 2012; Vida; Destino e fatalismo; Agente (Filosofia); Valores (Filosofia)
Descrição
Tese de doutoramento, Estudos Literários (Teoria da Literatura), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2012 Esta dissertação pretende salvaguardar a noção de ‘agência’ posta em causa pelo argumento fatalista de que tudo o que fazemos e nos acontece está pré-determinado e de que, como tal, certas finalidades nos estão vedadas a priori. Para isso, analisa-se a ideia de que uma pessoa é inseparável da própria vida, tentando definir o critério à escala do qual são definidas as nossas finalidades. Testa-se depois a hipótese segundo a qual não é possível descrever a priori um impedimento à prática das virtudes a que Hume chamou “artificiais”. Se perdermos de vista o critério definido pela importância daquilo de que cada um é inseparável, e se confundirmos aquilo que as pessoas podem fazer com o que devem fazer, esta hipótese conduz-nos, porém, a uma posição nos termos da qual não somos capazes de compreender com justiça as razões, ou as finalidades, de um agente. Tal critério de inseparabilidade, argumentar-se-á por fim, constitui a medida de justiça e verdade na consideração das finalidades de uma pessoa na qual tem de se basear uma resposta ao fatalismo. This dissertation aims to rescue the notion of ‘agency’ from the fatalist claim that everything one does, and everything that happens in a lifetime, is predetermined; and that certain ends are therefore beyond one’s reach. To this effect, we will examine the idea that a person is inseparable from her own life. Then we will test the hypothesis according to which no a priori impediment is relevant to the practice of the virtues Hume calls “artificial”. If we lose sight of the importance of those things from which each person is inseparable, and if we confuse what a person can do with what she ought to do, we will find ourselves in a position from which an agent’s reasons, or ends, will not be fully understood. The acknowledgement of inseparability, from which springs our response to fatalism, is what allows our considerations about people’s ends to become truthful and just.