Autor(es):
Veríssimo, Carlos Miguel de Aguiar, 1981-
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/5533
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Sexualidade; Gravidez; Imagem corporal; Comportamento sexual; Teses de mestrado - 2012
Descrição
Tese de mestrado, Sexualidade Humana, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2012 Objectivos: Caracterizar o comportamento e funcionamento sexuais e as atitudes face à exposição corporal durante a actividade sexual na gestação de termo, determinando o impacto da origem geográfica, religião, profissão, escolaridade, duração do relacionamento, planeamento da gestação, paridade, actividade sexual pré-gestacional, aumento ponderal e preocupações acerca das estrias cutâneas. Estabelecer a relação entre o coito vaginal durante a gravidez de termo e o desfecho obstétrico.
Metodologia: Foi elaborado um estudo observacional prospectivo que incluiu 200 grávidas de termo, com domínio da língua Portuguesa e idade ≥ 18 anos. Excluiu-se comorbilidade médico-cirúrgica, patologia obstétrica, gravidez múltipla e técnica de reprodução medicamente assistida. Aplicou-se o Female Sexual Function Index (FSFI), o Body Exposure during Sexual Activities Questionnaire (BESAQ), um questionário sociodemográfico e outro referente ao comportamento sexual pré-gestacional e na gravidez de termo. Manteve-se o acompanhamento até ao parto e recolheram-se os dados do desfecho obstétrico e neonatal.
Resultados: A idade média foi 28,4±5,9 anos, 55% eram naturais de Portugal, 62% eram católicas, a idade gestacional (IG) média foi 39,6±0,4 semanas, 32% eram nulíparas, o ganho ponderal médio foi 12,2±5,7 Kg e 46,5% estavam moderadamente preocupadas com as estrias cutâneas. BESAQ = 1,65±0,55; FSFI (escala total) = 19,6±12,7. A religião cristã (p<0,001), origem portuguesa (p<0,05), escolaridade mais elevada (p<0,001) e profissão mais diferenciada (p<0,001) associaram-se a actividade sexual mais intensa e melhor funcionamento sexual. O aumento ponderal (r=0,546, p<0,001) e as preocupações com as estrias cutâneas (p<0,001) condicionaram focos de ansiedade face à exposição corporal durante a actividade sexual. O FSFI e o BESAQ tiveram uma correlação estatisticamente significativa (r=-0,71, p<0,001). O coito vaginal diminuiu a necessidade de indução do trabalho de parto (TP) por IG ≥ 41 semanas (p<0,001) e encurtou a duração da fase activa do TP em 58 minutos (p=0,001).
Discussão: A sexualidade na gestação de termo é condicionada por diversos aspectos e, por sua vez, o coito vaginal apresenta implicações clínicas nesta fase da gravidez. A abordagem da sexualidade nas consultas pré-natais contribui para desmistificar receios e melhorar os cuidados prestados. Objectives: To characterize the behavior and sexual functioning and attitudes to body exposure during sexual activity at term pregnancy, determining the impact of geographic origin, religion, profession, education, length of relationship, planning pregnancy, parity, sexual activity before the pregnancy, weight gain and concerns about the striae. To establish the relationship between vaginal intercourse during term pregnancy and obstetric outcome.
Methods: It was designed a prospective observational study that included 200 pregnant women at term, at least 18 years of age and fluent in Portuguese. Medical, surgical or obstetric pathologies, multiple pregnancy and assisted reproductive technique were excluded. Collected data included Female Sexual Function Index (FSFI), Body Exposure during Sexual Activities Questionnaire (BESAQ), a sociodemographic questionnaire, prepregnancy and term gestation sexual behavior, obstetric and neonatal outcome.
Results: Mean age was 28.4 years with a standard deviation (sd) of 5.9, 55% were born in Portugal, 62% were Catholic, mean gestational age (GA) was 39.6 weeks (sd=0.4), 32% were nulliparous, mean weight gain was 12.2 Kg (sd=5.7) and 46.5% were moderately concerned about the stretch marks. BESAQ = 1.65 (sd=0.55); FSFI (total) = 19.6 (sd=12.7). The Christian religion (p<0.001), Portuguese origin (p<0.05), higher schooling (p<0.001) and more differentiated profession (p<0.001) were associated with frequent sexual activity and better sexual functioning. Weight gain (r=0.546, p<0.001) and concerns about the striae (p<0.001) trigger anxiety foci regarding body exposure during sexual activity. The FSFI and BESAQ had a statistically significant correlation (r=-0.71, p<0.001). Vaginal intercourse reduced the need for labor induction due to GA ≥ 41 weeks (p<0.001) and shortened the duration of the active phase of labor in 58 minutes (p=0.01).
Discussion: Sexuality in term pregnancy is affected by various aspects and, in turn, vaginal coitus has clinical implications at this period. Addressing sexual issues in prenatal visits helps to demystify fears and to improve care.