Autor(es):
Oliveira, Patrícia Isabel Simões
Data: 2011
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/4935
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Ansiedade; Avaliação psicológica; Crianças em idade escolar; Teses de mestrado - 2011
Descrição
Tese de mestrado, Psicologia (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde - Núcleo de Psicologia Clínica da Saúde e da Doença), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2011 As Perturbações de Ansiedade têm uma elevada prevalência na infância e na
adolescência. Na sua avaliação são verificadas discrepâncias na informação recolhida
aos vários informadores. Este trabalho teve por objectivo o estudo da discrepância e
acordo mãe-criança na avaliação da ansiedade nas crianças através de um estudo
quantitativo, e a análise das atribuições para a discrepância através de um estudo
qualitativo.
No estudo quantitativo participaram 253 crianças dos 7 aos 13 anos e as suas
mães. Recorreu-se ao Questionário de Avaliação de Perturbações Emocionais
Relacionadas com a Ansiedade em Crianças (SCARED-R), versão criança e pais para
avaliação da discrepância; ao Questionário de Estilos Educativos Parentais (EMBU-C)
para avaliar o suporte emocional da mãe; e ao Inventário de Estado-Traço de Ansiedade
(STAI-Y) para avaliar a ansiedade traço da mãe. No estudo qualitativo foi usada uma
subamostra de 7 mães. Recorreu-se à ADIS-P (Anxiety Disorder Interview Scheduale
for Parents) versão pais, e guião de entrevista semi-estruturada para avaliação das
atribuições e perspectivas relativas à discrepância.
Os resultados demonstraram a existência de discrepância significativa mãecriança,
com a criança a reportar mais problemas de ansiedade. Ainda se observou um
acordo mãe-criança baixo a moderado. Verificou-se uma associação significativa entre
crianças do sexo masculino e discrepância no sentido de a mãe sinalizar mais
problemas. Quando a criança reportava mais problemas, havia maior prevalência do
sexo feminino. Na ansiedade de separação existe associação significativa entre uma
baixa discrepância e crianças em idades mais novas. Na fobia específica, há um maior
número de casos de crianças mais novas a sinalizar mais problemas. O suporte
emocional e ansiedade traço da mãe não revelaram associações significativas com a
discrepância. Quando era a mãe a reportar maior ansiedade, a atribuição da discrepância
era maioritariamente centrada na criança. Este estudo contribuiu na demonstração que
as discrepâncias não são apenas inconvenientes metodológicos. Anxiety disorders are highly prevalent in childhood and adolescence. In its
assessment, discrepancies in the information collected through various informants are
observed. This investigation aimed to study the discrepancy and agreement between
mother and child in the assessment of anxiety in children through a quantitative study,
and analyze the attributions for the discrepancies through a qualitative study.
Quantitative Studies involved 253 children from 7 to 13 years old and their
mothers. It was used the Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders-
Revised (SCARED-R), version child and parents to evaluate the discrepancy;
Questionnaire of Parenting Rearing Styles (EMBU-C) to evaluate the mother's
emotional support perceived by the child; and Inventory State-Trait anxiety (STAI-Y) in
order to evaluate the mother's trait anxiety. In the Qualitative Study we used a
subsample of seven mothers. It was used the ADIS-P (Anxiety Disorder Interview
Schedule for Parents) version for parents and a semi-structured interview for assessing
the attributes and perspectives of the discrepancy.
The results demonstrated the existence of significant discrepancy between
mother and child, being the child to report more anxiety problems. Yet, the motherchild
agreement was low to moderate. There was a significant association between male
children and discrepancy in the sense of the mother signaling more trouble. When the
child reported more problems, there was a higher prevalence of females. In separation
anxiety disorder exists a significant association between low discrepancy and younger
children. In specific phobia, there are a greater number of cases of younger children
reporting more trouble. Emotional support and trait anxiety of the mother were not
significantly related to the discrepancy between mother and child. When the mother
reports a higher anxiety, maternal attribution of the discrepancy is mainly focused on
children. This study helped to demonstrate that the discrepancies are not only
methodological drawbacks.