Autor(es):
Párola, Ana Gomes, 1981-
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/4188
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Microbiologia; Candidíase invasiva; Infecção hospitalar; Cuidados intensivos; Epidemiologia; Antimicóticos; Teses de mestrado - 2011
Descrição
Tese de mestrado, Microbiologia Clínica, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2011 Desde o início da década de 80 que os fungos têm emergido como agentes patogénicos, especialmente em doentes hospitalizados e imunocomprometidos. A mortalidade associada a este tipo de infecção é elevada, estando relacionada com diferentes tipos de fungos, sobretudo dos géneros Candida, Cryptococcus, e Aspergillus. Em Portugal, os dados epidemiológicos são escassos, pelo que o estudo epidemiológico de candidíase invasiva se reveste de alguma importância.
Como tal, propusemo-nos estudar a epidemiologia de Candidíase Invasiva (CI) na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Egas Moniz, durante o ano de 2009 (Maio a Dezembro), com recolha de dados populacionais e respectiva análise estatística. Realizaram-se testes de susceptibilidade dos isolados frente ao voriconazol, fluconazol, caspofungina, anidulafungina e anfotericina B, através de 3 métodos: microdiluição, Etest® e método difusão em disco. Observou-se uma incidência de 12,8% de CI. A distribuição de espécies foi a seguinte: C. albicans, 59,3%, C. glabrata, 15,5%, C.krusei, 12,4%, C. tropicalis, 9,7% e C. parapsilosis, 3,1%. Resistência ao fluconazol ocorreu numa percentagem minoritária dos isolados, nomeadamente em C. krusei e C. glabrata. Não se observou qualquer isolado resistente ao voriconazol ou à anfotericina B. Relativamente às equinocandinas estudadas, verificou-se CIMs mais elevadas em isolados de C. parapsilosis e C. guilliermondii. Os Etest® e teste de difusão em discos apresentaram uma concordância categórica com o método de referência superior a 93,34% para todos os fármacos testados. Erros Major, Minor e Muito Graves foram observados infrequentemente.
Não se observaram diferenças significativas face a dados apresentados na literatura internacional, relativamente à epidemiologia e presença de factores de risco na nossa população. Constatou-se um peso relativo das espécies não-albicans de cerca de 40%, na etiologia de CI. Em termos microbiológicos, foram identificadas resistências esperadas para o fluconazol e não susceptibilidade às equinocandinas, com resultados discrepantes entre metodologias empregues.
Since the early 80's, fungi have emerged as pathogens, especially in hospitalized and immunocompromised patients. The mortality associated with this type of infection is high and is related with different types of fungi, especially Candida, Cryptococcus, and Aspergillus spp.. In Portugal, the epidemiological data are scarce, so the implementation of epidemiological studies in this area is of some importance. As such, we decided to study the epidemiology of Invasive Candidiasis (IC) in the Intensive Care Unit of the Hospital Egas Moniz, during 2009 (May to December), through populational data collection and respective statistic analysis. We proceeded to the testing of antifungal susceptibility to voriconazole, fluconazole, caspofungin, anidulafungin and amphotericin B, using three methods: microdilution, Etest ® method and disk diffusion. We found an incidence of IC of 12.8%. The species distribution was as follows: C. albicans, 59,3%, C. glabrata, 15,5%, C.krusei, 12,4%, C. tropicalis, 9,7% and C. parapsilosis, 3,1%.
Resistance to fluconazole occurred in a minority percentage of the isolates, namely in C. krusei and C. glabrata. There were no resistant isolates to voriconazole or amphotericin B. Regarding echinocandins, we observed higher MICs for C. parapsilosis and C. guilliermondii isolates. The Etest® and disk diffusion test showed a high percentage of categorical agreement with the reference method, over 93.34%, for all drugs tested. Major, Minor and Very Major Errors were very infrequently seen. There were no significant differences regarding the epidemiology and the presence of risk factors in our population compared with data presented in international literature. Non-albicans species corresponded to about 40% of all isolates responsible for IC. In microbiological terms, we identified expected resistance to fluconazole and non-susceptibility to echinocandins, with discrepant results between methodologies used.