Autor(es):
Miranda, Bruno André e Silva, 1982-
Data: 2010
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/4171
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Trombose; Embolia e trombose intracraniana; Reincidência; Tromboembolia; Tromboembolia venosa; Anticoagulantes; Teses de mestrado - 2011
Descrição
Tese de mestrado, Neurociências, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2011 Introdução: Após uma trombose dos seios venosos cerebrais (TSV), o
risco de recorrência trombótica está aumentado. O tempo até um segundo
evento trombótico e os factores de risco associados à recorrência não
foram adequadamente avaliados em estudos prospectivos.
Métodos: Foram utilizados dados do International Study on Cerebral Vein
and Dural Sinus Thrombosis (ISCVT) que incluiu 624 doentes com TSV
seguidos durante um período de tempo com mediana de 13,9 meses. Os
parâmetros de medida incluíram todos os eventos trombóticos venosos ou
arteriais recorrentes sintomáticos, incluindo recorrência de TSV. Os
potenciais preditores de recorrência, que incluíram características
demográficas, achados imageológicos, anomalias trombofílicas, outros
factores de risco para TSV e anticoagulação, foram avaliados por análise
de sobrevivência usando o método de Cox.
Resultados: Dos 624 doentes incluídos, 43 (6,9%) teve pelo menos uma
recorrência trombótica. A taxa de recorrência foi de 5,1 por 100 pessoaanos
para qualquer tipo de recorrência após a TSV inicial, 4,1 por 100
pessoa-anos para eventos tromboembólicos venosos, 1,5 por 100 pessoaanos
para recorrência de TSV e 0,8 por 100 pessoa-anos para eventos
trombóticos arteriais. De todos os eventos trombóticos, 65,2% (n=30)
ocorreram no primeiro ano. Vinte e quatro (63,2%) eventos
tromboembólicos venosos e 9 (64,3%) recorrências de TSV aconteceram
no primeiro ano. O sexo masculino (HRs= 2,6; 95% CI, 1,4–5,1; p=0,004) e
a presença de policitémia/trombocitémia (HRs= 4,4; 95% CI, 1,6–12,7; p=0,005) foram os únicos factores associados a um aumento significativo
de eventos tromboembólicos venosos na análise multivariada.
Conclusão: O risco de recorrência é baixo para uma segunda TSV, mas é
moderado quando se consideram os outros eventos tromboembólicos
venosos. Os doentes do sexo masculino e com policitémia/trombocitémia
têm mais frequentemente eventos tromboembólicos venosos após TSV.
Introduction: After cerebral vein and dural sinus thrombosis (CVT) there is
an increased risk of further thromboembolic events. Time to a second
cerebral or systemic thrombotic event and risk factors for recurrence have
not been investigated in large prospective studies.
Methods: Data was collected from the International Study on Cerebral Vein
and Dural Sinus Thrombosis (ISCVT), which included 624 CVT patients
followed up for a median of 13.9 months. Outcome measures included all
symptomatic venous or arterial thrombotic events, including CVT
recurrence. Potential predictors of recurrence including demographic
characteristics, imaging features, thrombophilic abnormalities, other risk
factors for CVT and anticoagulation were analyzed by Cox survival analysis.
Results: Of the 624 included patients, 43 (6.9%) had at least one recurrent
thrombotic event. The rate of recurrence was 5.1 per 100 person-years for
any thrombotic event after the initial CVT, 4.1 per 100 person-years for
venous thromboembolic events (VTEs), 1.5 per 100 person-years for CVT
recurrence and 0.8 per 100 person-years for arterial thrombotic events. Of
all thrombotic events, 65.2% (n=30) occurred within the first year. Twentyfour
(63.2%) VTEs and 9 (64.3%) CVT recurrences occurred within the first
year. Male gender (HRs= 2.6; 95% CI, 1.4–5.1; p=0.004) and
polycythemia/thrombocythemia (HRs= 4.4; 95% CI, 1.6–12.7; p=0.005)
were the only factors associated with a significant higher risk of VTEs in
multivariate survival analysis.
Conclusion: The risk of recurrence of CVT is low, but is moderate for other
VTEs. Recurrence of venous thrombosis after CVT is more frequent among
men and in patients with polycythemia/thrombocythemia.