Author(s):
Fonseca, André Filipe de Paxiuta Sá Couto 
Date: 2009
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/359
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Tectónica - Serra de Montejunto (Estremadura, Portugal); Geomorfologia - Serra de Montejunto (Estremadura, Portugal)
Description
Tese de mestrado, Geografia Física e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2009 A Serra de Montejunto constitui um compartimento elevado de orientação NE‐SW, atingindo uma altitude máxima de 665,8m. Apesar da altitude média rondar os 400m, é possível observar variações na ordem dos 150 a 200m entre as orlas e o compartimento central, associadas a vertentes escarpas de perfil vertical a sub‐vertical coincidentes com o traçado dos principais acidentes tectónicos. A principal fase de estruturação do maciço de Montejunto terá ocorrido no decorrer da Era Cenozóica, com particular ênfase no período que decorre do Miocénico ao Quaternário inferior. O maciço terá origem na formação de um push up em curva restritiva, estabelecido na terminação meridional de um sistema de falhas em desligamento esquerdo com componente transpressiva (Curtis, 1999). Com o objectivo de compreender em que medida se processa a sua compartimentação tectónica, avançamos para um estudo de Geomorfologia Tectónica, suportado pelas metodologias actualmente aplicadas na análise do relevo. Este ramo científico tem como objectivo o estudo da relação entre processos de origem tectónica, responsáveis pela elevação ou subsidência da superfície topográfica e os processos erosivos que tendem à sua degradação. O trabalho baseou‐se na aplicação de uma metodologia faseada, comportando a elaboração de cartografia geomorfológica, cartografia e análise de lineamentos, análise quantitativa de frentes montanhosas e da interferência da tectónica na rede de drenagem. Com base nas evidências detectadas, constata‐se uma forte interferência das estruturas tectónicas na morfologia do maciço, condicionando a formação de compartimentos tectónicos escalonados que terão rejogado de forma diferencial no decorrer da compressão cenozóica. De entre as evidências detectadas destacam‐se: 1) a presença de níveis erosivos escalonados desde os 600 aos 120m de altitude; 2) a ocorrência de uma cobertura sedimentar cretácica ao longo de dois compartimentos contíguos, desnivelados em cerca de 100m por uma escarpa em flexura; 3) o forte entalhe da rede hidrográfica e frentes montanhosas de traçado rectilíneo. The Montejunto massif is an elevated compartment with a NE‐SW orientation, reaching a maximum altitude of 665.8m. Although mean altitudes are established at 400m, relief amplitudes over 150 to 200m, associated with vertical slopes coincident with fault traces, outline the importance of structural control on the morphology. The massif is a large restraining bend formed at the south‐western termination of a sinistral transpressive faul system, having its main period of deformation from Miocene to Quaternary (Curtis, 1999). The field of tectonic Geomorphology studies the interplay between tectonic and surface processes. The objective of this thesis was to define tectonic compartments and understand the interference of diferential uplift on the morphology, using concepts and methods applied in this field of research. The methodology was based on geomorphological and lineament mapping and on the analysis of mountain fronts and drainege network. We were cappable of defining diferent tectonic compartments, limited by tectonic lineaments, showing probable diferential uplift during the Cenozoic due to: 1) the presence erosion levels from 600 to 120m; 2) the ocourence of cretaceous deposits within two compartments, uplifted in respect to one another along a 100 meter flexure scarp; 3) Strong fluvial incision and low mount front sinuosity.
