Autor(es):
Alves, Milene Loirinho Gonçalves
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/12206
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Crianças - Protecção, assistência, etc. - Portugal - séc.18-19; Real Casa dos Expostos (Lisboa, Portugal) - 1777-1812; Crianças abandonadas - Portugal - séc.18-19; Formação profissional dos jovens - Portugal - séc.18-19; Teses de mestrado - 2013
Descrição
Tese de mestrado, História Moderna e Contemporânea, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2013 A sobrevivência dos expostos aos primeiros anos de vida, em que a mortalidade
era elevada, impunha a necessidade de definir o seu destino de forma a que lhes fossem
fornecidos conhecimentos que pudessem utilizar para assegurar o seu sustento,
deixando de recorrer à assistência. O mesmo se aplicava aos desamparados, os quais
usufruíam igualmente do auxílio prestado pela Misericórdia de Lisboa. Esta confraria
desenvolveu esforços no sentido de integrar os jovens que terminavam a criação com as
amas, entre os quais se destaca a formação profissional.
Para garantir o acesso destes à prática de um ofício, realizou numerosos contratos,
de modo a que as condições em que as aprendizagens eram realizadas fossem, por ela,
determinadas e controladas. Desta forma, entre 1777 e 1812, foram efectuados diversos
registos relativos à entrega de expostos e desamparados a mestres de diferentes
ocupações, a quem competia formá-los nas suas oficinas. Além disso, foi igualmente
proporcionada a possibilidade da formação se desenrolar em diversas fábricas, tendo
sempre como objectivo fundamental habilitar os jovens para o exercício dos mesteres
como oficiais Résumé:
La survie des enfants trouvés aux premières années de vie, où la mortalité était
élevée, imposait la nécessité de définir leur destin. On leur transmettait des
connaissances afin qu´ils puissent se prendre en charge et ne plus recourir à l´assistance.
Le même schéma s´appliquait aux enfants abandonnés qui recevaient également l´aide
de la Misericórdia de Lisbonne. Cette confrérie a développé des structures pour intégrer
les jeunes qui terminaient la période avec la nourrice, parmi lesquelles la formation
professionnelle.
Afin de garantir leur accès à la pratique d´un métier, la Misericórdia de Lisbonne
a réalisé de nombreux contrats afin de pouvoir déterminer et contrôler les conditions
d´apprentissage. Ainsi, entre 1777 et 1812, divers enregistrements relatifs à la remise
des enfants trouvés et des enfants abandonnés qui ont été confiés aux maîtres de
différents métiers obligés de les former dans leur atelier, ont été effectués. De plus, la
possibilité de formation s´est développée dans diverses manufactures avec toujours
comme objectif fondamental l´habilitation des jeunes à l´exercice des métiers comme
compagnons.