Autor(es):
Marques, Diana Sofia da Silva
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/10056
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Espadas medievais - Aspectos simbólicos; Mitologia celta; Mitologia nórdica; Novelas de cavalaria - História e crítica; Teses de mestrado - 2013
Descrição
Tese de mestrado, Estudos Ingleses, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2013 A presente dissertação tem como objectivo demonstrar a importância da espada
Excalibur enquanto símbolo da autoridade e soberania do território britânico, bem como
objecto de consagração do rei Artur, em alguns textos arturianos produzidos na Idade
Média.
Para se perceber o seu simbolismo, há que recorrer aos registos históricos e aos
achados arqueológicos que nos foram deixados. Desde os celtas e anglo-saxões até ao
cavaleiro medieval, verificaremos que a espada era, por excelência, a arma de homens
de alto estatuto social e de chefes de tribo ou reis, estando associada à autoridade, à
soberania e à realeza, bem como a valores como a bravura, a lealdade e a verdade. A
espada era mais do que uma arma cujo propósito era ferir e matar. Constituía ainda um
símbolo de autoridade e um objecto pessoal, sendo dos artigos de guerra mais valiosos e
decorados da Idade Média.
Comprovado o seu estatuto como objecto precioso e importante nas mãos de um
guerreiro, cavaleiro ou rei, é possível verificar que também nos textos mitológicos
celtas, da Irlanda e do País de Gales, bem como na mitologia nórdica, a espada é alvo de
destaque por ser considerada uma arma mágica, propriedade somente de deuses e
heróis, dotada de personalidade própria e forjada por ferreiros vistos como feiticeiros.
Conjugando a vertente histórica e a vertente mitológica, analisaremos principalmente
as obras Historia Regum Britanniae (History of the Kings of Britain), de Geoffrey of
Monmouth e Le Morte D’Arthur, de Sir Thomas Malory. Nelas, veremos que Excalibur
é mais do que uma espada destinada a Artur: é o seu contacto com o Outro Mundo e
com as suas raízes celtas, é o símbolo da união entre rei e Deusa, a sua ligação com o
Sagrado Feminino. Excalibur é o símbolo da união entre dois mundos que devem
trabalhar em conjunto para a harmonia da terra. Abstract: This dissertation aims to demonstrate the importance of the sword Excalibur as a
symbol of authority and sovereignty of the British territory and as a subject of
consecration of King Arthur in English literature of the Middle Ages.
To understand its symbolism, one must resort to historical records and archaeological
findings. From the Celts and Anglo-Saxons to the medieval knight, we find that the
sword was, par excellence, the weapon of men of high social status such as tribal chiefs
or kings, being associated with authority, sovereignty and kingship, as well as to values
such as bravery, loyalty and truth. The sword was more than a weapon whose purpose
was to injure and kill, it was also a symbol of authority and a personal object, being one
of the most valuable and decorated items of war of the Middle Ages.
Proved its status as a valuable and important object in the hands of a warrior, knight
or king, one can also see in Celtic mythological texts, of Ireland and Wales, as well as
in Norse mythology, that the sword is a prominent item as it is considered a magical
weapon, property of gods and heroes, endowed with personality and forged by
blacksmiths seen as sorcerers.
Combining the historical and the mythological aspects, we will analyze the Historia
Regum Britanniae (History of the Kings of Britain), by Geoffrey of Monmouth and Le
Morte D'Arthur by Sir Thomas Malory. In them, we see that Excalibur is more than just
a sword destined to Arthur: it acts as his contact with the Otherworld and its Celtic
roots, it is the symbol of the union between King and Goddess, his connection with the
Sacred Feminine. Excalibur is the symbol of the union between two worlds that must
work together for the harmony of the land.