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Acção da Lisozima sobre bactérias do ácido láctico isolados do vinho : a influê...

Autor(es): Dias, Rita Luisa Gandra cv logo 1

Data: 2012

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.14/9487

Origem: Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa


Descrição
A lisozima pode ser usada na produção de vinho para prevenir o crescimento de bactérias do ácido láctico (BAL) de forma a impedir ou controlar a extensão da fermentação maloláctica (FML), ou para evitar a deterioração causada por estas bactérias em fases pós-fermentativas. Trabalhos anteriores demonstraram que a resposta das BAL do vinho à lisozima é dependente da espécie e da estirpe. Algumas estirpes de lactobacilos isoladas de vinho do Porto foram consideradas altamente resistentes à lisozima (sobrevivendo na presença de 500 a 2000 ppm). Foi observado que as estirpes resistentes produzem uma camada proteica cristalina (S-layer), que envolve o peptidoglicano. Pensa-se que esta camada, composta exclusivamente por proteínas ou glicoproteínas, possa ter um papel protector a factores ambientais. Neste trabalho, investigou-se o possível papel protector da S-layer contra a acção da lisozima. Foram usados vários tratamentos para remover esta camada de superfície, sendo o tratamento com LiCl (5 M) o mais efectivo, conforme evidenciado por SDS-PAGE. A estirpe Lactobacillus hilgardii 35 tratada com LiCl e posteriormente exposta à acção da lisozima (2000 ppm) em tampão KH2PO4, manteve a sua resistência. No entanto, a substituição do meio de suspensão celular por água estéril revelou um aumento da sensibilidade das células à acção da lisozima. Verificou-se ainda que a adição de etanol (20% v/v) ao meio de suspensão (água estéril) desencadeou um forte efeito de inactivação especialmente nas células previamente tratadas com LiCl (redução de UFC/mL superior a 6 ciclos logarítmicos em 30 e 60 min na presença de 2000 e 500 ppm de lisozima, respectivamente). Os resultados mostram que: a) a S-layer exerce um efeito protector relativamente à acção da lisozima; b) O meio de suspensão celular influência a eficiência de lise das células submetidas à acção da lisozima. Componentes do tampão e do vinho poderão conferir protecção osmótica às células preservando a sua integridade e viabilidade; c) o etanol tem um importante efeito potenciador da inactivação das células submetidas à acção da lisozima. Lysozyme can be used in wine production to prevent the growth of lactic acid bacteria (LAB) in order to avoid or control the extent of malolactic fermentation (MLF), or to prevent the deterioration caused by these bacteria in post fermentative stages. Previous work demonstrated that the response of wine LAB to lysozyme is species and strain dependent. Some strains of lactobacilli isolated from Port wine were found to be highly resistant to lysozyme (surviving in the presence of 500 to 2000 ppm). It was observed that resistant strains produce a crystalline protein layer (S-layer), which involves the peptidoglycan. It is thought that this layer, consisting exclusively of proteins or glycoproteins, may have a protective role to environmental factors. In this study, we investigated the possible protective role of the S-layer against the action of lysozyme. Various treatments were used to remove this layer from the cells, the treatment with LiCl (5 M) being the most effective, as evidenced by SDS-PAGE. LiCl treated populations of Lactobacillus hilgardii 35 exposed to lysozyme (2000 ppm) were found to keep their resistance in KH2PO4 buffer. However, the substitution of the KH2PO4 buffer by sterile water as celular suspension medium led to an increase in the sensitivity of cells to lysozyme. It was also found that when ethanol (20% v/v) was added to the suspending medium (sterile water), a strong inactivation effect was observed, especially in cells previously treated with LiCl (> 6 log CFU/mL reduction in 30 and 60 min in the presence of 2000 and 500 ppm of lysozyme, respectively). The results show that: a) the S-layer exerts a protective effect against the action of lysozyme; b) the celular suspension medium influences the inactivation efficiency of lysozyme. Components of buffer and wine seem to give osmotic protection to cells which retain their integrity and viability; c) ethanol potentiates the inactivation of cells exposed to lysozyme.
Tipo de Documento Dissertação de Mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Couto, José António
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