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Qualidade de vida e saúde mental em mulheres consumidoras de drogas

Autor(es): Seabra, Paulo cv logo 1 ; Garcia, Lurdes cv logo 2 ; Santos, Alexandra Maria Sarreira cv logo 3 ; Amendoeira, José cv logo 4 ; Sá, Luís cv logo 5

Data: 2013

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.14/15141

Origem: Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa

Assunto(s): Qualidade de vida; Saúde Mental; Mulher


Descrição
Introdução: As questões de género no domínio da saúde requerem reflexão e investigação para respostas adequadas às necessidades encontradas. A condição de mulher, associada a alguns determinantes de saúde, pode provocar especial vulnerabilidade se estiver dependente de substâncias. Os estudos normalmente alargam a análise ao impacto em outros elementos sócio relacionais, como os fi companheiros, idade, emprego e comorbilidades. Estas variáveis têm impacto na Saúde Mental, influenciam a forma como vivemos eu dia-a-dia e condicionam a perceção da Qualidade de Vida. Objetivos: A análise das atitudes comportamentais, os fatores de risco e a manutenção de consumos, requer maior aprofundamento no impacto que provocam na perceção da qualidade de vida e na saúde mental na população consumidora, em particular nas mulheres. Pretendemos analisar a relação entre Qualidade de Vida e Saúde mental, em mulheres consumidoras de drogas que se submetem a um programa medicamentoso com metadona, e relacioná-los com variáveis relacionais e sociodemográficas. Metodologia: Investigamos a perceção da Qualidade de Vida, da Saúde Mental e a sua correlação, numa amostra de 48 mulheres dependentes de opiáceos, integradas num programa com metadona. Utilizámos dois instrumentos - Escala de avaliação da qualidade de vida nos consumidores de substâncias em programa de substituição com metadona (Pacheco, Murcho & Jesus, 2005) e MHI-5 (Mental Health Inventory5) (Ribeiro,2001).O estudo é descritivo com uma abordagem transversal. A amostragem foi aleatóriasistemática.Arecolhadosdadosdecorreudemarçoadezembrode2012.TratamentoestatísticocomSPSS19. Resultados: A amostra é caraterizada por 48 mulheres comidades entre os 26 e os 53, média de 39.4 (dp±5,8); Escolaridade 25%> 9º ano; Casada/união de fato 41,6%: Filhos 72,9%; Desempregadas 45,8%; Profissão não qualificada 50%; Consumos – heroína 12,5%, estimulantes 27,1%, cannabis 20,8%, álcool 27,1%, Benzodiazepinas 25%; Sem consumos 70,8%; Comorbilidades - HIV+ 33,3%, HCV 62,5%; Perturbação mental 29,2%; Doenças físicas (s/ infeções víricas) 54,2%; Início de consumos aos 20,1 anos (dp±5,81); Anos de consumo 12,06 (dp±5,65); Tempo de programa 62 meses (dp±50,63); Dose de metadona 73,05 mg (dp±48,32). Em relação aos instrumentos, 97,9% assinalaram qualidade de vida acima do ponto de corte e 35,4% apresentaram valores de bem-estar no quadro da sua saúde mental. Analisámos a diferença entre grupos pela média de idades. As mais velhas têm melhor saúde mental mas têm menor qualidade de vida. A Correlação entre os instrumentos r=.379 (p=0.008, p<0,001) que revelaram boa consistência interna (QV α 885 e MHI5 α=,880). Conclusões: As mulheres apresentam menor qualidade de vida e menor saúde mental que os homens. Melhor perceção de Qualidade de Vida relaciona-se com melhor Saúde Mental. Verifica-se que bem-estar psicológico é essencial para melhor satisfação pessoal, menor consideração da situação sócio familiar e económica e revela maior distress. Verifica-se que maioridade relaciona- se com melhor saúde mental e com pior qualidade de vida, o que remete para aprofundamento de outras variáveis. Encontraram- se diferenças estatisticamente significativas com os homens: As mulheres iniciam consumos mais tarde, menos anos de consumo, assinalam mais filhos e menor qualificação no trabalho. Têm necessidades em saúde específicas (mais comorbilidades).
Tipo de Documento Documento de conferência
Idioma Português
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