Author(s):
Pinto, Paulo Jorge de Sousa
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.14/14170
Origin: Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
Subject(s): diáspora chinesa; sueste asiático; Manila; Malaca; Batávia
Description
A diáspora chinesa no Sueste Asiático é um fenómeno secular que assumiu,
ao longo dos tempos, características e aspetos diversificados, ao sabor das variações
do relacionamento da China com os “mares do Sul”, entre períodos de abertura e
épocas de encerramento ao exterior. É uma problemática que envolve uma pluralidade
de dimensões, entre aspetos político-diplomáticos, motivações e efeitos económicos,
impactos sociais e expressões culturais. Os seus efeitos nas sociedades suesteasiáticas
foram profundos e mantêm plena atualidade nos dias de hoje, entre integração,
assimilação e segregação.
A chegada dos europeus ao arquipélago malaio-indonésio introduziu uma nova variável
nas dinâmicas históricas regionais que potenciou e catalisou o crescimento, quer
em dimensão, quer em importância, das comunidades de chineses ultramarinos. Nos
dois séculos seguintes, estes grupos assumiram um crescente papel de relevo na aceleração
da vida económica no Sueste Asiático e adquiriram uma importante expressão
social e política nos centros nevrálgicos dos impérios europeus. O seu impacto
foi, contudo, diferente em cada um deles. Portugueses, espanhóis e holandeses tomaram
contacto com estas realidades em momentos distintos e as relações que estabeleceram
com estas comunidades, que desempenhavam uma importante função intermediária
entre as cidades portuárias da Ásia do Sueste e o sul da China, foram
igualmente diferenciadas. A análise comparativa da presença chinesa em Malaca, em
Manila e em Batávia nos séculos XVI e XVII permite compreender com maior nitidez
a importância relativa que estas cidades tinham para as redes mercantis chinesas
e a relação turbulenta que estabeleceram com os poderes europeus, entre a colaboração
e a tensão.