Autor(es):
Dias, Ana Sofia Silva
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.14/10518
Origem: Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
Assunto(s): cuidados paliativos; referenciação; unidades de cuidados paliativos; palliative care; referral and consultation; palliative care unit
Descrição
Os cuidados paliativos estão em desenvolvimento no nosso país e no mundo,
fornecendo resposta humanizada e interdisciplinar aos doentes/famílias, tanto nas
unidades de internamento, como pela acção das equipas intra-hospitalares e de
apoio domiciliário. A referenciação para estes cuidados deve preferencialmente
ocorrer no momento do diagnóstico de uma doença prolongada, incurável e
progressiva, para que se possam detectar precoce e sistematicamente as
necessidades não satisfeitas, favorecer a prevenção dos sintomas e fortalecer
relações emocionais entre o doente e família, promovendo a dignidade e qualidade
de vida dos mesmos.
Com o objectivo de caracterizar a referenciação dos doentes admitidos nas unidades
de internamento de cuidados paliativos portuguesas, realizou-se um estudo
observacional, longitudinal, descritivo, tendo sido aplicado pelo investigador um
guião de registo em seis unidades de internamento de cuidados paliativos
portuguesas e realizada a colheita de dados através da consulta aleatória dos
processos dos doentes admitidos em 2010. Os dados foram tratados com o
programa de análise estatística SPSS 19.
Os doentes admitidos nas unidades em estudo eram maioritariamente doentes
oncológicos, do género masculino, com média de idades de 72,55 anos, que
residiam sozinhos ou com outro elemento, sendo o prestador de cuidados
maioritariamente feminino e familiar. Os doentes foram referenciados
predominantemente para controlo sintomático e gestão de regime terapêutico, tendo
o apoio emocional e psicológico, paliação/cuidados de suporte e exaustão do
cuidador, apresentado módicas percentagens, no que concerne aos motivos de
referenciação. Existiram doentes referenciados em fase final da doença, embora a
mediana de sobrevivência no momento de referenciação tenha sido de 36,50 dias,
verificando-se que em algumas unidades o doente esperou 430 dias para ser
admitido, situação que contribui para a redução da mediana de sobrevivência na admissão, que foi de 11,00 dias. Perante tais resultados torna-se imprescindível
continuar a fomentar a formação sobre cuidados paliativos Palliative care is under development in our country and the world, providing a
humane and interdisciplinary response to patients/families, in inpatient units or by the
action of intra-hospital teams and home care support. The referral for this care
should occur preferentially at the time of diagnosis of a prolonged, incurable and
progressive illness, so that we can detect early and systematically the unmet needs,
improving symptoms prevention and strengthen emotional relationships between the
patient and family, promoting the dignity and quality of life for them.
With the objective of characterize the referral of patients admitted to portuguese
palliative care units, an observational, longitudinal, descriptive study was developed,
being applied by the investigator a registry form in six portuguese palliative care units
and collecting data by consulting random clinical records of patients admitted in
2010. The data were processed with the statistical analysis program SPSS 19.
Patients admitted to the units in study were mainly cancer patients, male gender, with
a mean age of 72,55 years, living alone or with another element, and the caregiver
being mostly female and family. These patients were predominantly referred for
symptomatic control and management of therapeutic regimen, and the emotional and
psychological support, palliative/supportive care and the caregiver's exhaustion, had
moderate percentages, regarding the motives for referral. There were referenced
patients in the final stage of the disease, although the median survival time of
reference was 36,50 days, verifying that in some units the patient waited 430 days to
be admitted, a situation which contributes to reducing median survival on admission,
which was 11,00 days. Given these results it is essential to continue promoting
training in palliative care.