Autor(es):
Graça, Ana Catarina Serafim de Sousa
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/11144/312
Origem: Camões - Repositório Institucional da Universidade Autónoma de Lisboa
Assunto(s): Água; Cidade; Espaço Público; Corpo
Descrição
A água é o elemento que define a cidade de Lisboa; pode ser pensada como o motor de desenvolvimento da
cidade, mas foi pensada para estruturar a cidade e não para ser utilizada para servir a cidade.
A água foi durante muitos séculos, um problema de escassez na cidade apesar da sua abundância no rio Tejo,
daí a importância fundamental que as fontes e chafarizes desempenharam no desenvolvimento da cidade,
dado que permitiram ao homem o acesso a água potável com o mínimo de condições para o seu uso, o
mínimo de salubridade.
O presente ensaio constitui um estudo sobre a evolução dos sistemas de abastecimento de água à cidade e a
água como processo de transformação quer para o espaço público, quer para o homem.
Os sistemas de abastecimento de água à cidade ao longo dos anos revelaram diferentes transformações na
cidade, sendo a mais relevante o Aqueduto das Águas Livres, que surge como resposta à necessidade de
resolver o problema de falta de água na cidade, devido ao crescimento da população para fora da muralha da
cidade.
O aqueduto é um complexo sistema de captação e canalização da água de forma a abastecer a cidade de
Lisboa. Este sistema de abastecimento produz hierarquização, privatização e controle na sua distribuição.
A água como processo de transformação quer para o espaço público, quer para o homem, vai produzir
hierarquização social, ou seja, a água não se torna num problema de higienização para o homem, mas sim de
regeneração e de socialização. O corpo torna-se protagonista do espaço e do tempo.
A “água cidade”, “água espaço público” e a “água corpo” são conceitos que se pretendem investigar e
revelar neste ensaio, através de como a água produz uma relação com a cidade, o espaço público e o homem.