Autor(es):
Vicente, Paulo Alexandre Rodrigues
Data: 2012
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/11144/247
Origem: Camões - Repositório Institucional da Universidade Autónoma de Lisboa
Assunto(s): Conceito Estratégico; Transformação; Segurança e Defesa
Descrição
Um conceito estratégico de uma organização como a NATO, não é nada mais que a
manobra estratégica para a consecução e salvaguarda dos objetivos políticos por si
definidos. Este documento indica e explica como é que estes objetivos vão ser alcançados
através do emprego de meios à sua disposição e sendo o produto da formulação estratégica
ao nível da estratégia total, representa o enquadramento para a ação das estratégias
particulares. Por conseguinte, constitui-se como o fundamento de todo o planeamento
estratégico, que aplicado a organizações tem o propósito de auxiliar uma resposta efetiva
perante novas situações.
A NATO foi criada em 1949 e ao longo dos seus mais de 60 anos de existência, tem
vindo a adaptar-se aos novos ambientes estratégicos com a ideia-chave da transformação,
sendo que neste processo evolutivo, as diferentes etapas foram marcadas com a publicação
sucessiva dos conceitos estratégicos de 1991, 1999 e 2010.
Tentando fazer a análise do passado com uma visão prospetiva, se nos anos 60 a
defesa e a dissuasão eram os conceitos fundamentais, em 2020 e para a NATO, o
fundamental será a segurança de todos os Aliados e o empenhamento dinâmico para lá da
área definida aquando a assinatura do Tratado de Washington, para minimizar as ameaças
que serão mais voláteis e de natureza mais imprevisível. O Conceito estratégico de 2010 é
a consequência desta visão e traz consigo algumas inovações e simultaneamente
controvérsias associadas. O processo de elaboração seguiu um caminho diferente dos seus
antecessores, tornando-se porventura a vertente mais importante do documento, em
detrimento até do próprio conteúdo. Concluímos no nosso estudo que o conceito
estratégico não pode revelar a postura estratégica da NATO em todas as situações, indo ao
encontro com a tese que defendemos, a de que o conceito estratégico ilustra o processo
evolutivo e de transformação da Aliança, permitindo-nos ir um pouco mais além. O
conceito estratégico da NATO, como o de qualquer organização ou Estado, e numa
perspetiva de utilização do instrumento militar, deverá ser suficientemente generalista que
possibilite uma margem de manobra, de forma a salvaguardar interesses que estão a
coberto de decisões politicas, tomadas em sequência de circunstâncias únicas e irrepetíveis.
A intervenção na Líbia é o exemplo disso.