Author(s):
Vicente, Alexandre Carlos Guerreiro
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/11144/146
Origin: Camões - Repositório Institucional da Universidade Autónoma de Lisboa
Subject(s): Vigilância; Fronteira; Paisagem; Torres
Description
No Sudoeste do país, onde a raia alentejana é esboçada pelo Rio Guadiana está a
vila de Juromenha. A vila, antes uma zona de tensão, Praça-Forte de um sistema
defensivo mais vasto de apoio a Évora e de defesa a Lisboa, dissipa-se hoje como
uma silênciosa sentinela do tempo e da paisagem.
Radica-se numa referência, a fortaleza e os seus possíveis planos de alteração e
expansão, nomeadamente no projecto da autoria do Major Brandão de Sousa, em
Dezembro de 1817. Portugal vivia, tal como a Europa, um período de tensões sociais
geradas pela governação inglesa. Na raia alentejana, a condição de nacionalidade de
Olivença ainda era uma situação pendente. Como resposta a esta condição e aos
parcos meios disponíveis na Praça-Forte de Juromenha; o Major Brandão de Sousa
elaborou um projecto para a Linha de Obras Provisórias à maneira de campo de
batalha entrincheirado se devia adicionar-se à mesma Praça para aumentar a sua
força. Dotaria assim Juromenha de uma maior capacidade de resposta face à
situação não resolvida de Olivença. A tectónica deste projecto seria a mesma da
arquitectura militar do Sul da Península Ibérica desde a ocupação romana, a taipa
militar; material disponível, durável para posteriormente, caso fosse necessário, ser
revestida por pedra e como tal, consolidada como linha defensiva abaluartada.
Este trabalho pretende reflectir sobre os diversos aspectos da condição de limite,
fronteira e vigilância, procurando enaltecer a paisagem como um lugar de
contemplação, instabilidade e mudança. A proposta pretende não só valorizar esta
ideia de retrospecção sobre o conceito de paisagem, mas também criar algo pela
qual o próprio lugar se identifica.