Author(s):
Rocha, Gilberta Pavão Nunes
; Rodrigues, José Damião
; Madeira, Artur Boavida
; Monteiro, Albertino José Ribeiro
Date: 2005
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.3/414
Origin: Repositório da Universidade dos Açores
Subject(s): Emigração Açoriana; Fronteira Atlântica; História dos Açores (sécs. XV-XX); Povoamento
Description
Todas as sociedades se hierarquizam em função de um centro, mas este não é definido nem necessária nem suficientemente com base em critérios de centralidade geométrica ou geográfica. De igual modo, as periferias
ou as franjas de uma dada sociedade recobrem áreas muito distintas, que não se definem obrigatoriamente em função da sua localização física, mas a partir da relação mantida com o centro. No entanto, existem periferias territoriais. De facto, quando consideramos factores como a distância em relação ao centro, a localização espacial de uma região no extremo espaço onde pode alcançar a acção – e chegarem os benefícios – daquele mesmo centro, falamos de fronteira,
entendida como o limite geográfico da sociedade. O estudo da fronteira tem vindo a merecer a atenção de especialistas de várias áreas científicas, nomeadamente dos historiadores e a época medieval tem fornecido bons exemplos para uma discussão em torno desse conceito e das relações centro/periferia. Vejamos o caso dos reinos
cristãos peninsulares, durante a Reconquista: se existiam entre estes fronteiras políticas, aquela que se impunha pela sua evidência – fronteira étnica,
cultural, religiosa e militar – era a fronteira com o Islão e as monarquias
cristãs procuravam organizar a ocupação do espaço nas regiões fronteiriças em função da guerra e de necessidades defensivas. [...]