Author(s):
Pral, Catarina
Date: 2007
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/824
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Subject(s): Psicologia legal; Delinquência juvenil; Suporte social; Risco; Suicídio; Instrumentos; Factores psicossociais; Legal psychology; Juvenil delinquency; Social support; Risk; Suicide; Instruments; Psychosocial factors
Description
Dissertação de Mestrado em Psicologia Legal O presente trabalho procura Identificar as variáveis familiares e ambientais associadas ao fenómeno da delinquência juvenil.
Nesta investigação participaram 132 sujeitos, 60 do sexo feminino e 72 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 13 e os 19 anos de idade. Desta amostra, 42 sujeitos eram adolescentes delinquentes, a cumprirem Medidas Tutelares de Acompanhamento Educativo ou de Internamento em Centro Educativo e 90 eram não delinquentes.
No presente estudo foram utilizados três instrumentos de medida psicológica; Escala Instrumental e Expressiva de Suporte Social (Lin, 1986; Versão Portuguesa de R.Paixão & R. Oliveira, 1996); Escala de Risco Suicidário de J. Stork (Stork, 1977); Questionário Psicossocial (Matos, 1991).
Os instrumentos forma aplicados a ambas as sub-amostras de sujeitos, tendo-se procedido à comparação de resultados:
Verificou-se a existência de diferenças significativas entre as duas sub-amostras em estudo (t(130)=3,781: p< 0,05), na pontuação total obtida na escala de Risco Suicidário de Stork, obtendo o grupo de adolescentes delinquentes uma média de 68,95, o que corresponde ao estádio intermédio ou duvidoso estabelecido pelo escalão de risco desta escala e o grupo de adolescentes não delinquentes uma média de 52,17, o que corresponde ao escalão de risco-estado normal.
Os adolescentes não delinquentes têm mais apoio emocional que os adolescentes delinquentes (t(130)=-3,065; p<0.05), verificando-se também uma correlação significativa entre as variáveis suporte social emociona! e risco (r=-0,337, p=0,029).
No que respeita aos factores psicossociais também se verificaram diferenças entre os dois grupos em estudo, nomeadamente relativamente aos Factores de Instabilidade (Fi) (x2=9,595, df=1, p=0.0002); pai ou mãe falecidos ou a viver no estrangeiro (Pfe) (x2
=4,470, df=1, p=0.0034); Fratria Numerosa (Fn) (x2=15,986, df=1, p=0.0001); Sistema Relacional Agressivo (Sra) (x2=12,307, df=1, p=0.0001); Vertente Agida (Va) (x2=97,835, df=1, p=0.0001) e Insucessos Escolares (le) (x2=46,816, df=1, p=0.0001).
Através do resumo da análise descriminante passo-a-passo, verificou-se que as variáveis que discriminaram significativamente o grupo de adolescentes delinquentes do grupo de não delinquentes por ordem de importância foram: vertente agida; insucesso escolar; factores de instabilidade; suporte social-factor prático; suporte social-total, apresentando um Lambda de Wilks de 0,235 (x(5)2=129,430, p<0,001).
O presente estudo, tal como as abordagens psicológicas e as abordagens sociológicas sobre a delinquência juvenil, pretende confirmar a correlação entre o funcionamento da matriz familiar e o envolvimento psicossocial do indivíduo com o aparecimento de comportamentos desviantes durante a adolescência.
Neste contexto, o estudo do problema parece não estar esgotado, pelo que, cada vez mais, se justifica a investigação nesta área.