Author(s):
Moura, Maria de Jesus Catarino de
Date: 2004
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/721
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Subject(s): Psicopatologia; Psicologia clínica; Estratégia de coping; Mães; Instrumento; Cancro; Stress; Psychopathology; Clinical psychology; Coping behaviour; Mother; Instruments; Neoplasms
Description
Dissertação de Mestrado em Psicopatologia e Psicologia Clínica Este trabalho procura investigar a forma como crianças diagnosticadas com cancro e suas mães lidam com a doença. Com base em escalas de estratégias de controlo cognitivo indicadas para crianças com doença crónica e seus familiares (Grootenhuis, 1997), investigaram-se 78 crianças com cancro e suas mães.
Com base na revisão da literatura formulámos hipóteses de trabalho. Com base no trabalho de campo, realizámos análises multivariadas, cruzando dados demográficos e dados clínicos. Verificámos que as mães de crianças em fase de recaída têm mais confiança nos médicos, o que contraria a hipótese levantada, sustentada na literatura e conduziu a uma proposta de interpretação dos resultados.
A riqueza do trabalho resultou, sem dúvida, dos resultados provenientes da análise multivariada. Dado o número de resultados que se encontraram com diferenças significativas formulámos um modelo de compreensão dos mesmos, suportado na revisão da literatura efectuada. Os resultados obtidos apontam para formas distintas de lidar com a doença em função das fases de desenvolvimento das crianças, uma vez que partimos da interpretação que rapazes e raparigas apresentam processos de amadurecimento diferenciados, que os conduzem a diferentes interpretações da doença. Constatámos ainda que as crianças utilizam o locus de controlo externo que, na nossa opinião, funciona como defesa para organização de uma vivência dolorosa. Verificámos que, crianças em fase recaída e suas mães, utilizam as mesmas estratégias de defesa, depositando maior confiança na equipa médica, a qual permitirá maior capacidade para enfrentar uma nova fase da doença, depois de experiências anteriores de sofrimento.
Este estudo leva-nos a sugerir que, em investigações futuras, será da maior importância cruzar variáveis demográficas e clínicas em análises multivariadas, de forma a permitir uma melhor compreensão da extensão das repercussões da doença oncológica em crianças nas diferentes fases de desenvolvimento e uma melhor avaliação das estratégias de coping tanto nas crianças como na família, especialmente nas mães.