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Jogar para aprender: O papel dos jogos simbólicos no desenvolvimento cognitivo-...

Autor(es): Gonçalves, Paula Cristina Narquel cv logo 1

Data: 2002

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/567

Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário

Assunto(s): Psicologia educacional; Brincar; Desenvolvimento cognitivo; Linguagem; Educação pré-escolar; Desenvolvimento; Educational psychology; Play; Cognitive development; Language; Preschool education; Development


Descrição
Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional Este estudo tem como principal objectivo compreender o que as crianças dos cinco/seis anos de idade, sabem sobre os acontecimentos em que participam no seu quotidiano e como utilizam e estruturam esse conhecimento à medida que se vão desenvolvendo. Pretende-se verificar como o conteúdo e a estruturação dos acontecimentos, influenciados pela idade, familiaridade e experiência com estes mesmos acontecimentos, permitem o desenvolvimento cognitivo-linguístico. A nossa amostra foi constituída por oito grupos de tríades de crianças, com cinco/seis anos de idade. Todas frequentavam a mesma instituição escolar. Inicialmente, entrevistámos a totalidade dos sujeitos pedindo-lhes que nos descrevessem como era Um Dia de Escola - temática proposta -, após esta fase, foi-lhes solicitado que brincassem segundo a temática proposta e, finalmente, num total de vinte e cinco sujeitos, pedimos a nove que participassem novamente num segundo momento de entrevista, em tudo idêntica à primeira. As entrevistas foram gravadas num audio-gravador e os jogos simbólicos através de uma câmara de filmar. Após a recolha do material utilizado para o estudo, procedeu-se à transcrição dos scripts provenientes das entrevistas e, das verbalizações que resultaram das situações de jogo simbólico. A descodificação e o tratamento dos mesmos baseou-se na aplicação de diferentes grelhas. Aperfeiçoadas e adaptadas consoante as necessidades prementes, embora mantendo a estrutura inicial. Os resultados obtidos evidenciam que: . as dramatizações sobre o acontecimento Um Dia de Escola originaram jogos com um nível de complexidade elevado, ao nível da sequência e variedade das cenas e das regras evocadas; . predominaram cenas lógicas e diversificadas e os actos obedeceram a uma sequência real; . adoptaram-se poucos papéis sociais, mas verificou-se que as acções foram determinadas pelo papel, ou seja, predominou uma coerência entre o papel adoptado e o papel desempenhado; . os sujeitos do sexo feminino e masculino adoptaram papéis correspondentes ao mesmo sexo; . os jogos basearam-se nas acções . adoptaram-se papéis sociais de forma explícita e na sua maioria correspondiam ao papel de adulto; . a frequência de explicitação de regras foi baixa e evocaram-se mais regras socialmente transmitidas; . o nível de complexidade dos scripts foi médio/elevado . na maioria das vezes, mencionaram-se a quase totalidade de actos e cenas indicando-nos que o que foi representado são actividades obrigatórias e características do acontecimento trabalhado e, por isso, fortemente associadas a este script . os sujeitos deram um elevado número de informações correctas, revelando um conhecimento sobre o acontecimento estruturado e organizado; . a participação em momentos de jogo simbólico traduz-se em scripts mais complexos, o acontecimento é melhor estruturado o que capacita os sujeitos a darem um maior número de informações sobre o mesmo Concluímos, tendo em conta os nossos resultados, que a experiência com o acontecimento e a idade dos sujeitos, são factores condicionantes para uma melhor representação desse acontecimento e para que se evidenciem capacidades sociocognitivas superiores. Acontecimentos mais familiares e estruturados têm influência nas representações verbalizadas, A participação em jogos simbólicos é uma mais valia para o desenvolvimento e solidificação de conhecimentos sobre esse mesmo acontecimento.
Tipo de Documento Dissertação de Mestrado
Idioma Português
Orientador(es) Matta, Isabel
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