Autor(es):
Dias, Maria João Diniz
Data: 2000
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/487
Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Assunto(s): Comportamento organizacional; Clima organizacional; Condições de trabalho; Psicologia ambiental; Instrumentos; Espaços de trabalho; Organizational behaviour; Organizational conditions; Working conditions; Organizational climate; Environmental psychology; Instruments; Working space
Descrição
Dissertação de Mestrado em Comportamento Organizacional Desenvolveu-se o presente estudo com o objectivo de analisar a influência do espaço de trabalho (escritórios abertos versus escritórios fechados), na percepção do clima organizacional.
A abordagem teórica incidiu sobre o desenvolvimento da psicologia ambiental, apresentando-se as perspectivas de alguns autores que se consideraram importantes na construção desta nova disciplina. Prestou-se, também, atenção ao ambiente como regulador do comportamento, ao meio construído, aos diversos tipos de ordenamentos e ao espaço e clima organizacional, tendo sido feita uma revisão da literatura através da qual foram apresentadas as contribuições de diversos autores julgados como relevantes e pertinentes neste contexto.
Neste estudo utilizou-se como instrumento de avaliação de clima organizacional, a Work Environmental Scale (WES), Forma R, que contempla dez sub-escalas: envolvimento, coesão entre colegas, apoio do supervisor, autonomia, orientação para a tarefa, pressão no trabalho, clareza, controlo, inovação e conforto físico.
A escala foi aplicada numa organização que se assume como pessoa colectiva de direito privado, de tipo fundacional e utilidade pública administrativa.
A amostra recolhida (157 sujeitos), levou-nos a olhar com prudência os resultados obtidos e, atendendo às variáveis presentes e escassez bibliográfica encontrada que relacionasse espaço de trabalho (sobretudo escritórios), e clima organizacional, consideramos que o presente estudo deve ser encarado ao nível exploratório e, ainda assim, circunscrito a uma validade interna que é a da organização onde este ocorreu.
Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os grupos que exercem funções em escritórios cujo ordenamento é diferente: foi maior o nível de autonomia, de clareza e de conforto físico, percepcionado pelo grupo que trabalha em escritórios fechados.
Quanto a diferenças de percepção do clima consoante os vários grupos profissionais, apenas foram verificadas diferenças estatisticamente significativas nas sub-escalas: apoio, autonomia e inovação.
O espaço, pelas influências que exerce sobre o trabalho e sobre os indivíduos, pode ser planeado e gerido com o objectivo de favorecer não apenas a eficiência e/ou eficácia, a satisfação e a produtividade mas, também, o clima organizacional.
Numa época em que os recursos humanos são considerados como uns dos principais factores determinantes de competitividade das organizações, o respectivo meio-ambiente ou espaço de trabalho emerge como um dos aspectos e/ou problemas que os gestores têm de observar. Importa, pois, pensar no espaço como recurso organizacional.