Autor(es):
Albino, Alda Maria Meneses Pires
Data: 2007
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/278
Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Assunto(s): Psicologia educacional; Vinculação; Pré-escolar; Narrativas; Instrumentos; Desenvolvimento social; Desenvolvimento cognitivo; Mães; Desenvolvimento; Atitudes parentais; Educational psychology; Attachment behaviour; Preschool education; Narratives; Instruments; Instruments; Social development; Cognitive development; Mothers; Development; Parental attitudes
Descrição
O presente estudo pretende avaliar a qualidade de vinculação à mãe e à educadora de infância, verificando se existe ou não concordância entre a qualidade de vinculação e a adaptação ao Jardim-de-infância.
Os instrumentos utilizados foram o Attachment behavior Q-set, (Waters, 1987), com vista a analisar a qualidade de vinculação das crianças às mães e educadoras, e uma adaptação do mesmo instrumento, realizada por Duarte, Meneses e Monteiro, (2000), de modo a analisar a vinculação das crianças às suas educadoras. Utilizou-se ainda, com base no Manual "Uma Caixa Cheia de Emoções" (Marina Kog, Júlia Moonse Luk Depondt da Universidade Católica de Lovaina, 2001) de modo a analisar as narrativas das crianças da amostra. Todos os instrumentos foram aplicados individualmente.
A amostra deste estudo envolveu 50 díades mãe/criança e educadora/criança. Tendo as mães idades compreendidas entre os 21 e os 42 anos, a idade das crianças encontravam-se entre os 36 e os 47 meses, situando-se as idades das educadoras ao nível dos 39 e 58 anos, oriundas de um Jardim de Infância particular, dois Jardins da Rede Pública do Ministério da Educação e um Jardim de Infância da Câmara Municipal de Almada.
Após a recolha de dados procedeu-se ao tratamento estatístico dos mesmos, realizando-se inicialmente nos dados referentes ao Attachmente Q-Sort, tendo-se efectuado a correlação do Q-Sort das crianças com os parâmetros de Segurança e Dependência. À posteriori e através da Análise Hierárquica de Clusters obteve-se, com base nas percepções maternas, três grupos de crianças: o Grupo 1-seguro e independente, o Grupo 2 -inseguro e dependente e o Grupo 3 - inseguro e independente. Paralelamente constatou-se que as educadoras identificam um grupo de crianças seguras e outro de crianças inseguras.
Posteriormente com base nas representações das crianças procurou-se através da análise das narrativas verificar se entre os três grupos havia diferenças significativas ao nível das narrativas das crianças. Constatou-se que as crianças do Grupo 1 (seguro e independente) e Grupo 2 (inseguro e dependente) são concordantes nos sentimentos verbalizados, nomeadamente a situações novas de adaptação e separação da mãe. As crianças do Grupo 3 (inseguras e independentes) revelam tendência em verbalizar sentimentos sem nexo.
Ao nível da amostra estudada, conclui-se que a vinculação é uma característica própria da relação estabelecida entre a criança e a figura de vinculação, possibilitando então explicar-se as diferenças encontradas entre as percepções maternas e as percepções das educadoras. Verificou-se que o Início de Frequência e o Número de Horas que as crianças passavam no Jardim de Infância, não se encontrava correlacionado com a Qualidade da Vinculação das crianças às mães. Constatou-se ainda, que é possível que as crianças estabeleçam uma relação segura com uma figura não-parental e num ambiente não familiar. Os resultados parecem também indicar que a Qualidade da Vinculação influência a descrição das narrativas das crianças relativamente às suas emoções. As crianças percepcionadas como seguras, apresentam narrativas de um modo fácil e aberto na forma como as comunicam, superiores às crianças inseguras, nomeadamente ao Grupo 3, constituído pelas crianças inseguras e independentes.