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From injured body to changes in self-identity: A research on adults with acquir...

Autor(es): Senra, Hugo Renato Carreira Gomes cv logo 1

Data: 2011

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/1348

Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário

Assunto(s): Clinical psychology; Vision loss; Lower limb amputation; Adjustment; Self-identity; Depressive levels; Psicologia clínica; Perda de visão; Amputação de membro inferior; Ajustamento identidade; Níveis de depressividade


Descrição
Dissertação apresentado ao ISPA-Instituto Universitário para obtenção do grau de Doutor em Psicologia Aplicada: Especialidade Psicologia da Clinica Background: The experience of becoming physically impaired, especially in lower limb adult amputees and in working-aged patients with vision loss, has deserved little attention by research in general. The weight of some variables associated with these experiences on depressive levels has been stressed by some studies. However, little is known about it. Aims: The current dissertation aimed at filing in the knowledge gap regarding these topics. We intended to explore the experience of acquired physical impairment, focusing on changes in self-identity, in two groups: working-aged adults with vision loss; and adults who suffered a lower limb amputation. In addition, we aimed at exploring a possible connection between the most relevant emerged variables of these experiences and the depressive levels: the self-awareness of impairment; and the selfidentifications with the impairment. Method: Two independent studies were performed, both was cross-sectional and using mixed-methods: study 1 was on the experiences of vision loss of 38 patients at rehabilitation setting (mean age of 42.7; SD=14.5); and study 2 was on the experiences of lower limb amputation in 42 patients (mean age of 61; SD=13.5) followed-up at a general hospital‟s rehabilitation medicine unit. Qualitative data on the experiences of impairment was collected by two semi-structured interviews for each patient. The interviews were performed by an independent and trained psychologist, under the supervision of a senior psychologist and psychotherapist. 80 interviews were conducted in study 1 and 84 interviews in study 2. Depressive levels were assessed using CES-D. The content analysis was performed using the Categorical and Coding analysis proposed by Bardin. Results: Qualitative data from the study 1, on the experiences of vision loss, retrieved seven themes, most of them focused on changes in self-identity. These results supported a new model for the adjustment process to vision loss, based on patients‟ self-awareness of impairment and self-identifications with the impairment. 39.5% (n=15) of patients met CES-D criteria for depression. Higher depressive levels (P<.05) were found in patients who: lost vision for longer; begun their rehabilitation later; were more aware of their impairment; and those who reported an inadequate social support (P<.01). A positive correlation was found between CES-D scores and vision loss evolution (.333; P=.036), and between CES-D scores and rehabilitation time (.335; P=.035). In study 2, eight themes emerged from the interviews. Qualitative results supported a theoretical model for the changes in self-identity related to lower limb loss beyond the body image. 31% (n=13) met CES-D criteria for Depression. Higher depressive levels (p<.05) were found in those who showed: greater self-awareness of impairment; lower identification with the impairment; and worse appraisals towards the prosthesis, social support and well-being. Conclusions: In both studies the changes in self-identity, especially in terms of selfawareness of impairment and self-identifications with the impairment, arose as core milestones of the adjustment process to the impairment. The relationship found between the variables related to the experience of impairment and depressive levels suggests two conclusions: the changes in self-identity caused by the impairment might be one of the important causes for the rising of depressive levels; the increase in depressive levels in these populations might be, at first, the reflex of the adjustment process to the many personal losses and therefore, do not necessarily reveal a bad adaptation to the impairment nor a mental health problem. ---------- RESUMO ----------Enquadramento: A experiência de amputação de membro inferior em adultos, e a experiência de perda irreversível de visão em adultos não idosos, são dois temas que têm tido pouca atenção por parte da investigação científica. O peso desta experiência ao nível da identidade dos sujeitos e a relação dessas variáveis com os níveis de depressividade são temas considerados relevantes, embora ainda pouco estudados. Objectivos: A presente dissertação veio no propósito de produzir alguma evidência acerca dos tópicos referidos. Com estes estudos pretendemos explorar as experiências incapacidade física adquirida e as suas implicações para a identidade dos sujeitos em dois grupos de sujeitos: adultos que tenham sofrido amputação de membro inferior; e adultos não idosos com perda irreversível e severa de visão. Outro dos objectivos destes estudos foi a investigação preliminar de potenciais relações entre variáveis como a autoconsciência de incapacidade e as auto-identificações com a incapacidade e os níveis de depressividade. Método: Para atingir os objectivos do nosso estudo, delineamos duas investigações independentes. Estudo 1: 38 sujeitos com perda irreversível de visão (média de idades de 42.7 anos; desvio padrão de 14.5), todos eles em fase de reabilitação. Estudo 2: 42 sujeitos amputados (média de idades de 61; desvio padrão de 15.6), todos eles em seguimento na consulta de medicina física e de reabilitação num hospital geral. Em ambos os estudos as experiências de incapacidade foram recolhidas através de uma metodologia qualitativa, com recurso a entrevistas semi-estruturadas realizadas individualmente a cada sujeito. Cada entrevista foi realizada por um investigador independente, formado em Psicologia e com experiencia clínica com este tipo de populações. As entrevistas foram supervisionadas por um Psicólogo e Psicoterapeuta Sénior. Os níveis de depressividade foram avaliados usando o CES-D. A análise do conteúdo das entrevistas foi realizada com base no método de codificação categorial não indutivo de Bardin. Resultados: Os resultados qualitativos do estudo 1 (perda de visão) revelaram sete temas, a maior parte dos quais acerca das alterações ao nível da própria identidade. Esses resultados suportaram um modelo compreensivo para o processo de ajustamento à perda de visão, com base na auto-consciência de incapacidade e nas auto-identificações à incapacidade dos sujeitos estudados. As pontuações no CES-D de 39.5% (n=15) dos sujeitos cumpriram os critérios para depressão clínica. Maiores níveis de depressão (P<.05) foram encontrados nos sujeitos que: tinham perdido a visão há mais tempo; começaram a reabilitação mais tardiamente; estavam mais conscientes a sua incapacidade; e percepcionaram um pior suporte social (P<.01). Foi encontrada uma correlação positiva entre as pontuações dos sujeitos no CES-D e duas variáveis: o tempo decorrido entre o primeiro diagnóstico da doença responsável pela perda de visão e o momento em que o sujeito ficou clinicamente com baixa visão ou cego (.333; P=.036); o tempo de reabilitação (.355; P=.035). No estudo 2 emergiram oito temas sobre a experiência de amputação. Esses resultados suportaram também um modelo teórico compreensivo para as alterações na identidade dos sujeitos, decorrentes da situação de amputação. 31% (n=13) dos sujeitos apresentaram pontuações no CES-D que cumpriram os critérios para depressão clínica. Maiores níveis de depressão (P<.05) foram encontrados nos sujeitos que apresentaram: maior auto-consciência de incapacidade; menor identificação à incapacidade; pior relação com a prótese; pior percepção do suporte social; e pior percepção do bem-estar. xii Conclusões: Nos dois estudos a auto-consciência de incapacidade e as autoidentificações com a incapacidade surgiram como duas variáveis chave do processo de ajustamento à incapacidade, demonstrando o potencial efeito transformador destas situações de incapacidade para identidade dos sujeitos. A associação encontrada entre as variáveis relativas à experiência de incapacidade e os níveis de depressividade parece sugerir duas conclusões: as alterações na identidade decorrentes da situação de incapacidade física adquirida poderão ser uma das importantes causas do aumento dos níveis de depressividade; o aumento dos níveis de depressividade poderão ser, num primeiro momento, reflexo do processo de ajustamento às perdas sofridas e não traduzir, necessariamente, uma má adaptação à situação de incapacidade, nem um problema de saúde mental.
Tipo de Documento Tese de Doutoramento
Idioma Inglês
Orientador(es) Oliveira, Rui Aragão Gomes; Leal, Isabel Pereira
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