Author(s):
Pereira, Maria Gouveia
; Amaral, Virgílio Ribeiro
; Soares, Susana
Date: 1997
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.12/1266
Origin: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Subject(s): Adolescência; Representações sociais; Identidades sociais; Sida; Adolescence; Social representations; Social identities; AIDS
Description
O objectivo desta investigação é estudar as representações
sociais dos adolescentes acerca da sida e a
maneira como as referidas representações são influenciadas
pela identificação social dos adolescentes.
Relativamente as representações sociais estuda-se a
ancoragem sociológica (na variável sexo), seguindo as
ideias de Doise (1992), segundo o qual as posições que os sujeitos ocupam nas relações sociais que partilham
influenciam a formação de representações. Estuda-se
também a ancoragem psicossociológica: nas representações
das relações intergrupais pela activação das
categorias: heterossexuais, homossexuais e toxicodependentes,
em consignes apropriadas. Induzindo-se
assim, a evocação da relação seja com um grupo não
considerado de risco - heterossexuais, seja com grupos
considerados de risco - homossexuais e toxicodependenjes.
E objectivo deste trabalho estudar a influência das
identidades nas representações sociais, de acordo com
Vala (1990) as identidades sociais condicionam e
explicam as representações sociais que os indivíduos
formam sobre determinado objecto, investiga-se que
variáveis (sexo, distâncias aos grupos - ingroup
(amigos) e outgroups (homossexuais e toxicodependentes))
são preditoras das representações dos adolescentes
acerca da sida, em adolescentes com alta identificação
ao grupo dos amigos e em adolescentes com
baixa identificação ao mesmo grupo.
A amostra do estudo é constituída por 300 adolescentes entre os 14 e os 17 anos; 150 adolescentes do
sexo feminino e 150 adolescentes do sexo masculino.Foi aplicado um questionário constituído por uma parte de identificação social (operacionalizada através
das distâncias euclidianas: self-ingroup; self-outgroup)e uma segunda de representações acerca da sida. Esta segunda parte do questionário inicia-se com uma pequena história sobre um wieito infectado com o vírus da sida, o sujeito é em cada história homossexual, heterossexual
ou toxicodependente. Cada uma das histórias
foi apresentada a 100 adolescentes (50 adolescentes do sexo feminino e 50 do sexo masculino).
As representações que os adolescentes deste estudo têm acerca da sida reenviam para dimensões como: contágio por contacto social, grupos de risco, contágio por via sexual, discriminação e relações intergrupais e grupos marginais.
De certo modo, estas dimensões reenviam para
uma organização das representações da sida segundo o modelo corporalista (Deschamps e outros, 1992). Quer no modelo, quer nas representações dos nossos adolescentes, é sobrevalorizado o contágio da doença
através do contacto social, de fluidos corporais e ainda a associação a grupos ditos de risco.
Quando se articula as identidades dos adolescentes com as representações acerca da sida, verificou-se que, os adolescentes com alta identificação ao grupo dos amigos, não os consideram um grupo com comportamentos de risco e com possibilidade de contágio. Para os adolescentes que se identificam menos com o grupo dos amigos, o grupo dos homossexuais é aquele que explica, quer as dimensões contágio por contacto social e relações intergrupais, quer as dimensões grupos de risco e discriminação.
Os resultados revelam indicadores diferenciadores na organização da representação sobre a sida entre adolescentes do sexo masculino e feminino e com alta e baixa identificação ao grupo de amigos. Estes resultados deverão ser tidos em consideração na prevenção da sida. ------ ABSTRACT ------ The porpose of this investigation is to study the
adolescent’s social representations about aids, and
how the adolescent’s social identification can influence
them.
About social representations we study sociological
ancorage (variable sex), following the ideas of Doise
(1992), who says that the positions that subjects have
in social relations influence the formation of representations.
We also study the psychological ancorage
(representation of intergroup relations) by activating
the categories of: heterosexuals, homosexuals and
drugs addicted, in appropriate sentences; bringing to
mind the relations with a non risky group (heterosexuals)
and with groups thought as risky (homosexuals
and drug addicted).
The goal of this investigation is to study the influente
of identities in social representations,
according to Vala (1 990) social identities influence
and explain the subject’s social representation of some
object; we study which variables (sex, distances to
groups - ingroup (friends) and outgroups (homosexuals
and drug addicted)) predict adolescent’s
representations about aids, studying adolescents with
high identification and adolescents with low identification
to their friends.
The subjects of this study are 300 adolescents with
ages between 14 and 17 years old; 150 of adolescents
are girls and 150 are boys.
The questionnaire is divided in two parts, one
about social identification (studying Euclidean distances
between self - ingroup and self - outgroup) and
a second part about aids representations. This second
part of the questionnaire begins with a little story
about a subject infected with aids, the subject is
homosexual, heterosexual or drug addicted in each
story. Each story was given to read to 100 adolescents,
50 girls and 50 boys.
The adolescent’s representations of this study link
to dimensions as: infection by social contact, risky
groups, infection by sexual relations, discrimination
and intergroup relations and border groups.
This dimensions link with a model of aids representations
organisation according to Deschamps and
others (1 992). In this model and in our adolescents
representations about aids, the infection by social
contact, body fluids and the link with risky groups are
increased.
When we articulate adolescents identity with aids representation, we verify that adolescents with high identification to their friends don’t think them as
having riSkY conducts Or being infected. For lhe
adolescents that identify less with their friends, the
homosexual group is the one that explains the
dimensions about infection by social conta’:t,
intergroup relations, risky groups and discrimination.
The results reveal differences between girls and
boys and also between adolescents with high and low
identification to their friend, regarding the organisation of aids representations, This results should be considered
in aids prevention.