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Prisões e globalização

Autor(es): Dores, António Pedro cv logo 1

Data: 2012

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10071/6789

Origem: Repositório do ISCTE-IUL

Assunto(s): Prisão; Globalização; Justiça; Civilização; Segredos sociais; Direitos humanos


Descrição
A luta pela justiça, tal qual foi instituída à luz da doutrina liberal, é por um lado global, já que se desenrola em todos os países do mundo, e, por outro lado, está sujeita a recuos, que é o que está em causa nas políticas anti-terroristas adoptadas actualmente no Ocidente. Não se trata apenas de uma questão política e de alternância democrática nos EUA. Trata-se sobretudo de uma questão civilizacional, nomeadamente decorrente de como os povos ocidentais vão lidar com os seus segredos seculares que canalizam os instintos de violência para instituições especializadas, de que as prisões são parte. O crescimento global do número de prisioneiros em todo o mundo, como as políticas de transigência no uso da tortura, são tendências objectivas mais fáceis de reconhecer em terceiros países do que nos nossos próprios países. Esse enviusamento da percepção torna cada um de nós simbolicamente impotente, irresponsável e mero observador de acontecimentos violentos, pensados como externos ao nosso âmbito de acção, quando é precisamente o inverso que acontece, de facto: os segredos sociais reprimem, tornando obscenas, as revelações, as denúncias, de maus-tratos e injustiças institucionalmente perpetrados pelos nossos representantes. O que para países terceiros é eventualmente pensado como recorrente ou mesmo sistemático, é tratado sistematicamente como excepcional no nosso próprio país. A teoria social deve reconhecer e identificar estes secretismos, para poder libertar-se deles e oferecer diagnósticos mais objectivos sobre o uso da violência em sociedade.
Tipo de Documento Parte ou capítulo de livro
Idioma Português
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