Autor(es):
Seibert, Gerhard
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10071/6019
Origem: Repositório do ISCTE-IUL
Assunto(s): Cabo Verde; São Tomé e Príncipe; Ensino superior; Desenvolvimento; Formação académica; Cape Verde; Higher education; Development; Academic training
Descrição
Desde sempre Portugal contribuiu para o desenvolvimento de Cabo
Verde e de São Tomé e Príncipe através do ensino superior que alunos
dos dois arquipélagos frequentaram em universidades portuguesas.
Como o desenvolvimento do ensino secundário em Cabo Verde era
mais avançado, esta colónia tinha proporcionalmente mais estudantes
universitários em Portugal do que São Tomé e Príncipe. Durante a época
colonial, Portugal tinha quase um monopólio na formação superior
dos cabo-verdianos e são-tomenses. Os primeiros que frequentaram as
universidades portuguesas foram os membros da pequena elite cultural
e profissional das duas sociedades crioulas, seguidos, depois da II
Guerra Mundial, por representantes da classe dirigente que as liderou
durante o processo de descolonização e no período pós-colonial. Com
a independência dos dois arquipélagos, em 1975, e o aparecimento da
oferta de vagas e bolsas para o ensino superior para muitos outros países,
Portugal tornou-se em, apenas, um entre outros países onde cabo-
-verdianos e são-tomenses obtiveram os seus diplomas universitários.
Contudo, os dados disponíveis mostram que Portugal sempre continuou
a ser um destino importante para alunos de Cabo Verde e de São
Tomé e Príncipe. Esta escolha deve-se também ao facto de Portugal, por
sua vez, ter beneficiado os estudantes dos dois pequenos países através
de um regime especial que permite o ingresso na universidade sem
provas de admissão. A primeira parte deste capítulo aborda a história
do ensino superior dos dois arquipélagos na época colonial e, depois
da independência, o desenvolvimento da formação superior dos seus
quadros no exterior e no próprio país. A segunda parte apresenta dados
de uma investigação sobre as experiências e trajetórias de antigos estudantes
cabo-verdianos e são-tomenses em Portugal que regressaram
ao país de origem e de estudantes que atualmente estão a frequentar
universidades portuguesas. Portugal has always contributed to the development of Cape Verde and
São Tomé e Príncipe through higher education, since students from
both archipelagos attended courses at Portuguese universities. As the
development of secondary education in Cape Verde was more advanced,
this colony proportionally had more university students in Portugal
than São Tomé e Príncipe. During the colonial period, Portugal almost
had a monopoly of higher education of Cape Verdeans and São Tomeans.
The first students, who attended Portuguese universities were members
of the small cultural and professional elites of the two Creole societies,
followed, a!er World War II, by representatives of the political elites,
who led them during the decolonisation process and post-colonial period.
Following independence of the two archipelagos in 1975 and the
availability of scholarships for higher education in many other countries,
Portugal became only one of the several countries where Cape Verdeans
and São Tomeans earned university degrees. However, available
data show that Portugal has continued to be an important destination
for students from Cape Verde and São Tomé e Príncipe. This choice was
also due to the fact that Portugal has privileged students from these two
small countries with a special scheme that permits university entrance
without admission exams. The first part of this chapter deals with the
history of higher education in the two archipelagos during the colonial
period and a!er independence, with the development of higher education
of their cadres abroad and at home. The second part presents research
data on experiences and trajectories of former Cape Verdean and
São Tomean students in Portugal who returned to their home countries
and students who currently attend Portuguese universities.