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Raça, sangue e robustez: os paradigmas da Antropologia Física colonial portuguesa

Autor(es): Pereira, Rui cv logo 1

Data: 2005

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10071/2702

Origem: Repositório do ISCTE-IUL

Assunto(s): Antropologia física; Missão científica – 1936-1959; Raça; Moçambique


Descrição
Por toda a primeira metade do século XX a Antropologia colonial portuguesa esteve quase que totalmente entregue a uma orientação antropobiológica. A denominada «escola do Porto», na qual pontificava o professor catedrático de medicina Mendes Corrêa, assegurou todas as «missões antropológicas» oficialmente instituídas para as colónias. A mais sucedida de todas essas campanhas de investigação foi a dirigida por um seu assistente, Santos Júnior, também ele médico e professor na Faculdade de Medicina do Porto. Entre 1937 e 1956, a Missão Antropológica de Moçambique procedeu ao exaustivo levantamento antropométrico das populações africanas da colónia. A Etnologia, ou a simples recolha etnográfica, eram ignoradas, deixadas ao cuidado da curiosidade diletante dos mais diversos agentes da colonização, missionários, militares, funcionários administrativos, comerciantes e fazendeiros. Porque foi tão importante para o desígnio colonial português a Antropologia Física é o que se procura responder neste artigo. E, em sequência, tentar perceber porque no início da segunda metade do século XX foi a Antropologia Física tão subitamente substituída pela Etnologia colonial. During the first half of the twentieth century, Portuguese Colonial anthropology was almost completely centered in biological anthropology. The so called «Escola do Porto» («Oporto School») founded by the well reputed Doctor of Medicine, Professor Mendes Correia, conducted all the Overseas «Anthropological Missions», officially institutionalized by the colonial government. The most well succeeded Research Campaign was coordinated by one of his disciples, Santos Júnior, who was also a Doctor and Lecturer at the Oporto Faculty of Medicine. Between 1937 and 1956, Mozambique Anthropological Mission carried out an extensive anthropometric survey of the African populations from the colony. Ethnology, or basically ethnographic collection, was disregarded, left in the hands of curious dilettantism of the several colonial officers, missionaries, soldiers, administrative technicians, merchants and landowners. The important role assigned to Biological Anthropology in relation with Portuguese colonial enterprise is the central issue addressed in this paper. And subsequently, trying to understand why, during the second half of the twentieth century, was Biological Anthropology so suddenly substituted by Colonial Ethnology.
Tipo de Documento Artigo
Idioma Português
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