Autor(es):
Chaves, Cláudia
; Ramalho, Maria José
; Carrilho, Paula
; Araújo, Teresa
Data: 2005
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.19/428
Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu
Assunto(s): SIDA; Mulher
Descrição
Os padrões epidemiológicos da pandemia do VIH/SIDA estão a mudar,
fazendo prever que, nos próximos anos, o ratio homem/mulher seja de 1:1. Isto é tanto
mais verdade em localizações geográficas onde a transmissão do vírus por via
heterossexual é a predominante, com particular relevância para os países em vias de
desenvolvimento. De entre estes, África merece destaque, já que aí as cifras
assustadoras relativas a esta doença traduzem, de facto, a precariedade da condição de
mulheres e crianças.
As mulheres são, no presente, o grupo mais vulnerável à SIDA, não só pelas
suas condições anatomofisiológicas, mas também pela sua situação social, económica e
cultural. O seu papel na família, como cuidadora, parceira sexual e, eventualmente, mãe
coloca-as face aos desafios de uma doença que, apesar de crónica, tem, ainda hoje, um
desfecho fatal.
Simultaneamente vítima e portadora/mensageira da doença, a mulher é
confrontada com os seus comportamentos passados ("vítima culpada") ou acaba por se
ver presa numa teia de contaminações sucessivas. Com frequência, começa por ser
contaminada pelo seu parceiro sexual (muitas vezes, como verdadeira "vítima inocente",
já que desconhece condutas e passado do homem com quem vive), tornando-se, depois,
ela própria, transmissora da doença aos filhos que, provavelmente, tanto quis proteger.