Autor(es):
Santos, Ana Rita Duro
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.19/1966
Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu
Assunto(s): Espondilite anquilosante; Família; Psicologia; Qualidade de vida; Reabilitação; Family; Psychology; Quality of life; Rehabilitation; Spondylitis, ankylosing
Descrição
Introdução : As doenças crónicas afetam muitas dimensões do Bem-estar Psicológico (BEP), da
qualidade de vida bem como as atividades físicas e sociais dos indivíduos, com todas as
consequências e efeitos nefastos que poderão daí advir. Entre essas doenças está a Espondilite
Anquilosante (EA), considerada uma condição sem alternativas de melhoras rápidas e de evolução
progressiva. Face a este enquadramento, o objetivo central deste trabalho pretende determinar a
influência das variáveis preditivas (sociodemográficas, clínicas e psicossociais) do Bem-estar
Psicológico, na pessoa com EA, com o intuito de desenvolver estratégias de apoio e sensibilização
para esta problemática.
Métodos: Conceptualizámos um estudo de natureza quantitativa, transversal, descritivo-correlacional,
recorrendo a uma amostra não probabilística constituída por 51 portadores, com idades
compreendidas entre 19 e 79 anos (M= 47,00; Dp= 14,14) e maioritariamente do sexo masculino
(70,59%). Utilizámos instrumentos de medida aferidos e validados para a população portuguesa:
escala de APGAR familiar, questionário SF-36, Escala de Bem-Estar Psicológico (EBEP) e os
questionários BASDAI e BASFI.
Resultados: O Bem-estar Psicológico é maioritariamente percecionado como elevado (47,1%). Na
generalidade traduz-se mais elevado no sexo masculino. Foi nas dimensões crescimento pessoal e
autonomia, onde os portadores demonstraram melhores índices de BEP. Outras variáveis revelam um
efeito estatisticamente significativo sobre o BEP, concretamente: portadores com mais idade
apresentam menor capacidade em estabelecer relações positivas com os outros (p0,05); portadores
integrados em famílias mais funcionais apresentam maiores índices de BEP; maior idade de
diagnóstico da doença revela menor domínio do meio (p0,05), menor capacidade em estabelecer
relações positivas com os outros (p0,01) e pior score da EBEP (p0,05); ausência de sintomatologia
traduz maior capacidade em estabelecer relações positivas com os outros (p0,01); quem pratica
exercício físico e um programa de reabilitação, apresenta maiores índices de BEP; pior QDV,
atividade da doença e capacidade funcional, traduzem no geral pior perceção de BEP.
Conclusão: As evidências encontradas salientam a importância de uma reflexão multidisciplinar de
forma a potencializar um melhor BEP, junto da pessoa com EA. Sugerimos que se aposte em
programas de Reabilitação, intervenções junto da Família e campanhas de sensibilização, visando a
promoção do BEP destes indivíduos.
Palavras Chave: Espondilite Anquilosante; Bem-estar psicológico; Reabilitação; Qualidade de Vida;
Família. ABSTRACT
Introduction: Chronic diseases affect many dimensions of Psychological Well-being, quality of life
and the physical and social activities of individuals, with all the consequences and adverse effects that
may arise there from. Among these diseases are Ankylosing Spondylitis (AS), a condition which has
very few treatments and rapid disease progression. The objective of this paper aims to determine the
influence of predictor variables such as social, clinical and psychosocial, on the Psychological Wellbeing
of the patient with AS, in order to develop strategies to support and raise awareness of this
debilitating issue.
Methods: Conceptualize a study of quantitative, cross-sectional, descriptive, correlational, using a
non-probability sample consisting of 51 patients, aged between 19 and 79 years (M = 47.00, SD =
14.14) and the majority males (70.59%). We used measuring instruments calibrated and validated for
the Portuguese population: Family APGAR scale, SF-36 scale, the Psychological Well-being scale
(EBEP) and BASDAI and BASFI questionnaires.
Results: The Psychological Well-being is mostly perceived as high (47.1%), and it also generally
translates higher in males. Carriers showed better rates of Psychological Well-being in the autonomy
and personal growth dimensions. Other variables show a statistically significant effect on the
Psychological Well-being index, namely: older patients have less ability to establish positive
relationships with others (p 0.05); carriers integrated into functional families scored higher rates of
Psychological Well-being; higher age diagnosis of the disease lowered the Psychological Well-being
score (p 0.05), lower ability to establish positive relationships with others (p 0.01) and worse score
of Psychological Well-being (p 0.05), absence of symptoms reflects a higher ability to establish
positive relationships with others (p 0.01), those who practice exercise and rehabilitation program
present the highest rates of Psychological Well-being; worse quality of life, disease activity and
functional capacity, translate into worse overall perception of Psychological Well-being.
Conclusion: The evidence underlines the importance of a multidisciplinary approach in order to
enhance a better Psychological Well-being index for a person with AS. We suggest that investing in
rehabilitation programs, interventions with family and awareness campaigns aimed at promoting the
Psychological Well-being of these individuals will improve their Psychological Well-being Index
scores and quality of life.
Keywords: Ankylosing Spondylitis; Psychological Well-Being; Rehabilitation, Quality of Life,
Family.